O curta-metragem Vípuxovoku – Aldeia, criado por Anderson Terena, 33 anos, morador da Aldeia Água Bonita, região norte de Campo Grande, foi selecionado para a 34ª edição do Festival Curta Cinema, um dos mais importantes da América Latina. O evento acontece entre os dias 23 e 30 de abril, no Rio de Janeiro, com entrada gratuita.
Produzido em 2024 com incentivo da Lei Paulo Gustavo e apoio da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande), o filme tem 14 minutos de duração e faz parte da mostra Panorama Latino, ao lado de obras de países como Colômbia, México, Chile, Cuba e Argentina.
Vípuxovoku, que significa “aldeia” em Terena, conta a história de Ailton, um jovem indígena que luta para manter vivas as tradições de seu povo dentro de uma aldeia urbana. O elenco é majoritariamente indígena e as filmagens aconteceram na Aldeia Água Bonita. A direção é de Dannon Lacerda, com produção de Bianca Machado e fotografia de Dani Correia.
Para Anderson Terena, a seleção do filme entre os 158 escolhidos — de um total recorde de 4.600 inscritos de mais de 160 países — é motivo de orgulho coletivo:
“É uma alegria imensa que compartilho com o meu povo. A nossa voz está ecoando e esperamos que o mundo reflita sobre a realidade das aldeias urbanas e se junte à nossa luta por direitos.”
O diretor Dannon Lacerda destaca o comprometimento da equipe e o protagonismo indígena no processo criativo:
“O filme traz reflexões importantes a partir dos próprios olhares indígenas sobre as vivências nas aldeias urbanas de Campo Grande.”
Vípuxovoku – Aldeia estreia no festival como um potente símbolo de resistência cultural e visibilidade indígena no cinema independente.
