A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Vigilância Sanitária, em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e os Correios, realizou uma operação que resultou na apreensão de milhares de produtos irregulares em Campo Grande. Entre os itens recolhidos, estavam fitoterápicos falsificados e produtos derivados de nicotina, todos sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a fiscalização, muitos desses produtos, vendidos como naturais, continham substâncias perigosas capazes de causar graves danos à saúde, como falência renal, câncer e dependência química. Um dos principais itens apreendidos foi o Snus, produto derivado de nicotina sintética. Foram encontrados 2.260 sachês do produto, cada um com 6,5 mg de nicotina, quantidade significativamente superior à absorvida pelo corpo ao fumar um cigarro comum.
Especialistas alertam que o consumo elevado de nicotina pode ocasionar câncer de boca, esôfago e estômago, além de problemas cardiovasculares e metabólicos. Matheus Moreira Pirolo, gerente de Apoio aos Municípios da SES, destacou que, apesar dos sabores atraentes, como menta e morango, o Snus provoca ressecamento da mucosa bucal, gengivite, cáries e mau hálito, além de contribuir para dependência química.
Outro destaque da operação foi a apreensão de 6.600 cápsulas de fitoterápicos falsificados, adulteradas com medicamentos alopáticos como ibuprofeno e corticoides. Esses componentes podem causar gastrite, úlceras, falência renal e complicações metabólicas, como diabetes e hipertensão, especialmente quando consumidos sem orientação médica.
Adam Macedo Adami, gerente de Medicamentos e Produtos para a Saúde da SES, afirmou que muitos consumidores são enganados ao adquirir esses produtos pensando tratar-se de alternativas naturais. “Estamos comprometidos em combater fraudes como essa, que oferecem riscos graves à saúde da população”, declarou.
A Vigilância Sanitária reforçou a necessidade de cuidado ao comprar medicamentos e suplementos, especialmente pela internet. Dados indicam que cerca de 50% desses produtos vendidos online são falsificados ou inadequados. A recomendação é adquirir medicamentos exclusivamente em farmácias e drogarias licenciadas, com orientação de profissionais de saúde qualificados.
“A comercialização de produtos sem controle coloca a saúde pública em risco. Nossa missão é impedir que itens ilegais cheguem ao consumidor final, tanto em estabelecimentos físicos quanto no ambiente virtual”, ressaltou Pirolo.
Denúncias podem ser feitas pelos números 136 ou 151.
Com informações Governo MS