
A saúde pública de Campo Grande enfrenta uma crise que parece fora do controle das autoridades municipais. A superlotação nos hospitais, como a Santa Casa, e a falta de medicamentos essenciais nas unidades de saúde são apenas alguns dos problemas que afetam a população.
No Centro Regional de Saúde Dr. Gunter Hans, o “Nova Bahia”, faltam até medicamentos básicos, como a dipirona. Quando os pacientes chegam à farmácia da unidade e apresentam a receita médica, são informados de que o medicamento está em falta.
O farmacêutico devolve o receituário com o símbolo “R$” ao lado, indicando que o paciente terá que comprar o remédio por conta própria. Essa situação tem causado enorme transtorno, especialmente para aqueles que não têm condições financeiras de arcar com a compra dos medicamentos.
Diante disso, muitos cidadãos têm sido obrigados a peregrinar de unidade em unidade, em busca de medicamentos que deveriam ser fornecidos gratuitamente. A dúvida é constante, será que os medicamentos estão disponíveis no almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau)? Se sim, por que não chegam às unidades de saúde?
A gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) e a coordenação da Sesau, sob a liderança da médica cirurgiã Rosana Leite de Melo, não conseguem resolver esse problema. A situação está fazendo com que a população procure a Justiça para garantir o que é seu por direito.
O Artigo 196 da Constituição Federal de 1988 assegura que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”, mas diante da falha do poder executivo, o Judiciário tem se tornado o único caminho para muitos cidadãos que buscam garantir o acesso à saúde.,
O que mais chama atenção, no entanto, é o valor exorbitante que é gasto anualmente com o setor, cerca de R$ 2 bilhões do orçamento municipal. Mas a pergunta que fica é, para onde está indo todo esse dinheiro?
Se o custo da saúde em Campo Grande consome R$ 2 bilhões por ano, como pode faltar o básico? Por que, com tanto dinheiro, a população ainda enfrenta dificuldades para ter acesso a medicamentos e atendimento de qualidade?
O que justifica esse gasto colossal se os cidadãos não estão recebendo o mínimo necessário para garantir um atendimento digno? A gestão pública está falhando, e a população paga o preço.
Será que o problema está na falta de dinheiro ou na falta de competência para administrar os recursos? O que é claro é que os cidadãos de Campo Grande estão sendo prejudicados, e a crise só aumenta.
Procuramos a ouvidoria do SUS e a assessoria da prefeitura para comentar sobre a falta de medicamentos e os problemas enfrentados pela população, mas até o momento não obtivemos retorno das autoridades. O espaço segue aberto.