Tribunal do Júri condena homem a mais de 44 anos de prisão por feminicídio em Paranaíba

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Corpo da vítima no dia do crime e ao lado foto do casal (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (27), o Tribunal do Júri de Paranaíba condenou a 44 anos e 5 meses de prisão um homem acusado de feminicídio contra sua ex-esposa, ocorrido no dia 29 de agosto de 2023. A vítima, de 42 anos, foi assassinada brutalmente mesmo estando sob medidas protetivas de urgência, das quais o autor havia sido intimado cinco dias antes do crime.

De acordo com a investigação conduzida pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), o autor ficou escondido por aproximadamente 36 horas em um salão comercial anexo à casa da vítima, aguardando uma oportunidade para atacá-la. Assim que o filho da mulher deixou a residência, o homem invadiu o local e desferiu um golpe de faca no pescoço da vítima, atingindo a jugular e a laringe.

Imagens de câmeras de segurança mostraram a vítima tentando sair para a rua gravemente ferida cerca de 31 segundos após o filho ter deixado a casa, evidenciando a rapidez e frieza da ação criminosa, que não permitiu qualquer chance de defesa.

A motivação do crime, segundo apurado, foi o inconformismo do autor com o fim do relacionamento, além de suspeitas infundadas de que a mulher estaria se relacionando com outra pessoa — o que demonstra um padrão de controle e tentativa de posse mesmo após o término.

Preso em flagrante no dia do crime, o autor permaneceu detido no Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPAR) até a data do julgamento.

A delegada Eva Maira Cogo, titular da DAM de Paranaíba, destacou que a condenação representa uma resposta firme à violência de gênero:

“Trata-se de um caso de extrema gravidade, que mobilizou toda a equipe da DAM desde o início. A decisão do Tribunal do Júri valoriza a vida das mulheres e reforça que a justiça não tolera crimes como este. Atuamos com agilidade investigativa e sensibilidade humana, reunindo provas e prestando apoio à família da vítima para garantir a responsabilização do autor.”

A sentença também foi possível graças à atuação decisiva do Ministério Público em plenário, cuja condução foi fundamental para o reconhecimento dos fatos pelo Conselho de Sentença.

“Trabalhamos diariamente com o compromisso de proteger mulheres e meninas. Essa condenação reforça a importância da denúncia e da atuação integrada entre a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário”, concluiu a delegada.