
Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT-MS), Auditoria Fiscal do Trabalho e Polícia Militar Ambiental resgatou diversos trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas propriedades rurais localizadas nos municípios de Anastácio e Paraíso das Águas, durante fiscalização realizada entre os dias 19 e 23 de maio.
Em Paraíso das Águas, foram encontrados 16 trabalhadores vítimas de tráfico internacional de pessoas, incluindo dois adolescentes — o que é proibido por lei. O grupo, composto por 14 paraguaios e dois brasileiros naturalizados, foi trazido clandestinamente ao Brasil e obrigado a se esconder no mato para evitar a fiscalização. Trabalhavam sem registro formal, com promessa de diária de R$ 80, e tinham custos de passagem e alimentação descontados se não cumprissem 90 dias de serviço, caracterizando servidão por dívida.
Já em Anastácio, três trabalhadores foram resgatados. Eles estavam há cerca de três meses na propriedade, trabalhando na instalação de cercas e reforma de ponte, sem registro formal, em condições precárias de moradia e higiene. Tomavam banho em rio e faziam as necessidades no mato. Alimentação era restrita e o transporte custeado por eles.
O MPT-MS deve realizar uma audiência extrajudicial em junho com os empregadores para propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). A situação também será encaminhada para responsabilização criminal, trabalhista e civil dos envolvidos.