Uma trabalhadora de 59 anos, funcionária de uma empresa terceirizada responsável pelos serviços de limpeza na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Campo Grande, procurou a Polícia Civil nesta terça-feira (21) para comunicar um incidente de injúria racial ocorrido durante o exercício de suas funções.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado na Depac Centro, em 21 de outubro de 2023, a vítima realizava suas atividades habituais, tendo acabado de limpar a sala de aula do curso de Turismo. Um aluno, ainda não identificado, do curso de biologia, adentrou a sala consumindo alimentos. Ao ser alertado pela funcionária sobre a necessidade de manter o local limpo após o término de sua refeição, ele proferiu ofensas de teor racial.
A vítima relatou que, ao solicitar a limpeza do ambiente, expressou: “Quando terminar, deixe limpo, pois não sou escrava”. Em resposta, o aluno proferiu a injúria: “Você foi liberta em 1888 e parou de levar chibatadas”.
A trabalhadora comunicou a direção da universidade sobre o ocorrido. Dias depois, a empresa na qual ela prestava serviços a demitiu, alegando que a funcionária estava causando conflitos entre os alunos e não era mais desejada no local.
A vítima forneceu detalhes sobre o agressor, descrevendo-o como um aluno do primeiro ano de biologia, aproximadamente 20 anos, cabelos cacheados e utilizando óculos. A coordenadora do curso de biologia, conforme o relato, teria conversado com o aluno e poderá auxiliar na sua identificação.
O caso está sendo investigado.