
Themis Oliveira, novo diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, anunciou nesta terça-feira (7), durante coletiva de imprensa em Campo Grande, que o reajuste na tarifa do transporte coletivo será implementado. Oliveira citou exemplos de aumentos já aplicados em mais de 14 capitais brasileiras como justificativa.
Pressão por reajuste
Conforme o site Midiamax, o Consórcio Guaicurus alega dificuldades financeiras para defender o aumento. Segundo o novo CEO, a elevação no preço do diesel e reajustes salariais dos motoristas justificam a medida. Atualmente, a tarifa técnica é de R$ 5,95, mas os empresários pedem que ela suba para R$ 7,79.
Apesar das alegações, um laudo pericial judicial apontou lucro de R$ 68,5 milhões nos primeiros sete anos de concessão (2012-2019), além de aumento patrimonial e descumprimentos contratuais por parte do consórcio. O grupo, no entanto, contratou uma nova perícia por R$ 272 mil, cujo resultado ainda não foi divulgado.
Além disso, o consórcio recebeu R$ 42 milhões em subsídios da prefeitura em 2024, com possibilidade de aumento desse valor em 2025.
Avaliação do transporte público divide opiniões
A Agetran (Agência Municipal de Trânsito) classificou o transporte público em Campo Grande como “bom e excelente” em novembro de 2024. Contudo, usuários criticaram o relatório, questionando sua transparência e a ausência de participação popular.
Nas redes sociais, internautas ironizaram a avaliação. Comentários como “manda os donos irem trabalhar de ônibus já que é tão confortável” e “a melhor avaliação é feita pelos usuários” ilustraram a insatisfação com o serviço.
Moradores também criticaram o estado das vias públicas, chamando atenção para o contraste entre a avaliação da Agetran e a realidade enfrentada diariamente.
Próximos passos
Themis Oliveira evitou divulgar detalhes sobre o percentual exato do reajuste, afirmando que a decisão será definida em diálogo com a prefeitura. “Vamos sentar à mesa e conversar, mas o que discutimos é o cumprimento do contrato e da fórmula de cálculo da tarifa”, declarou.
O aumento da tarifa, somado ao histórico de lucros e subsídios, reforça o debate sobre a qualidade do transporte público e a transparência na gestão do serviço em Campo Grande.
*Midiamax