
A professora Maria dos Prazeres, que atuava como diretora da Escola Francisco Barbosa, em São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte, anunciou sua saída do cargo devido às dificuldades em cumprir a lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula. A diretora relatou que enfrentou ameaças e que a situação se tornou insustentável.
Em sua despedida, Maria dos Prazeres lamentou o desfecho e afirmou que “o medo venceu a esperança”. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN) emitiu uma nota de apoio à ex-diretora, destacando a importância de medidas para garantir um ambiente seguro e respeitoso para os profissionais da educação.
A restrição ao uso de celulares em escolas públicas e privadas do Brasil foi estabelecida pela Lei Federal 15.100, sancionada em janeiro de 2025. A norma permite o uso dos aparelhos apenas para fins pedagógicos e busca reduzir os impactos negativos das telas na saúde mental e no aprendizado dos alunos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, defende a proibição como forma de proteger crianças e adolescentes de problemas como déficit de atenção, crises de ansiedade e dificuldades de aprendizagem. “Não faz sentido o aluno estar nas redes sociais enquanto o professor ministra a aula”, afirmou.
Países como França, Espanha e Dinamarca já adotaram medidas semelhantes, reforçando a necessidade de um debate sobre os desafios do uso excessivo de telas no ambiente escolar.