Prefeitura deixa Consórcio em “situação vexatória”, declara ex-diretor em CPI do Transporte

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Ex-diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende - Foto: Reprodução/TV Câmara

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte da Câmara Municipal de Campo Grande ouviu nesta segunda-feira (16) o ex-diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende. No fim do depoimento, Rezende se emocionou e chegou a chorar.

Durante a oitiva, ele afirmou que é direito da população ter um transporte público “digno” e defendeu a criação de corredores exclusivos para ônibus, o que, segundo ele, agilizaria o sistema.

Rezende também criticou a falta de reajustes tarifários dentro dos prazos previstos. “A prefeitura não deu nenhuma tarifa desde 2013 na data contratada, nenhuma”, disse. Segundo ele, o Executivo municipal não realizou o reequilíbrio econômico-financeiro previsto no contrato com o consórcio.

A respeito da atual frota, que opera com veículos fora da idade média estabelecida, Rezende declarou que o fato “não é novidade” e já está reconhecido no Termo de Ajustamento de Gestão (TAG).

“Nós não compramos ônibus, estamos atrasando fornecedor de óleo diesel. Não vamos dar golpe na cidade. Crédito nós temos, por enquanto, mas não temos dinheiro para pagar prestação de ônibus”, relatou. Ele reforçou: “nós não mentimos e nós não vamos comprar ônibus enquanto não tivermos condições financeiras de fazê-lo”.

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O ex-diretor também afirmou que o contrato não vem sendo cumprido por parte da Prefeitura. “Está nos deixando numa situação vexatória. A prefeitura não fez investimento ao longo de décadas. As obras não chegaram”, disse.

Apesar dos problemas, João Rezende explicou o motivo de a empresa ainda manter o contrato. “Não desistimos por várias razões, dentre elas, estamos esperançosos que a prefeitura vai honrar o contrato. Ela tem obrigação”, afirmou.

Em vários momentos do depoimento, o advogado do ex-diretor o orientava de forma próxima, se posicionando ao lado dele sempre que os vereadores faziam questionamentos.

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Vale lembrar que a CPI segue com seus canais de contato com a população abertos. Denúncias podem ser encaminhadas para o WhatsApp 67 3316-15-14, para o e-mail [email protected] e para formulário anônimo disponível no portal oficial da Casa de Leis. Até o momento foram protocoladas 470 queixas contra o serviço de transporte público da Capital.

Sobre Vinícius Santos 6015 Artigos
Jornalista - DRT 0002147/MS