População do Carandiru hostiliza jornalistas, apesar de terem sido ouvidos

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Foto: Vinícius Santos

Jornalistas que entrevistaram moradores do Carandiru sobre a morte de ‘Nilo Cara Preta’ foram atacados pela própria comunidade, e policiais intervieram para proteger os profissionais da imprensa em meio à hostilidade

Na tarde desta quinta-feira (09), jornalistas de diversos veículos de comunicação foram hostilizados enquanto cobriam um confronto policial no condomínio Carandiru, localizado no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. A situação ocorreu após a morte de Cleiton Souza Lima, de 41 anos, o “Nilo Cara Preta”, durante uma ação da Polícia Civil, com o apoio da Polícia Militar.

Conforme informações preliminares, Cleiton teria se aproximado das equipes policiais portando um facão, o que levou à reação das autoridades. Para se proteger, os policiais efetuaram disparos contra o homem, que foi socorrido por eles mesmos e levado ao Centro Regional de Saúde Dr. Gunter Hans Nova Bahia, onde não resistiu aos ferimentos.

Jornalistas que estiveram no local entrevistaram os moradores da área, que expressaram indignação com a presença das forças de segurança e com a situação da ocupação. Durante a manifestação, os profissionais da imprensa foram alvo de xingamentos e hostilidades. 

Em resposta à escalada da tensão, os policiais formaram uma barreira para proteger os jornalistas, utilizando armamento calibre 12 e spray de pimenta. Em um momento, uma moradora fez uma ameaça direta, dizendo, “Deixa a polícia ir embora para vocês verem se vão continuar aqui”. Contudo, a situação foi controlada sem a necessidade de intervenção adicional por parte das forças de segurança.

Os moradores, que se queixam de abandono e marginalização, alegam falta de apoio da Prefeitura e afirmam que todos na área da ocupação irregular são tratados como criminosos. O caso segue sendo investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil.

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