
O padre Chrystian Shankar, da Diocese de Divinópolis (MG), declarou nesta sexta-feira (16) que não fará batismos, catequese, Primeira Comunhão, oração de libertação ou missa de Sétimo Dia para bonecas reborn — brinquedos hiper-realistas que imitam bebês. A mensagem foi publicada em seu Instagram, que tem 3,7 milhões de seguidores.
“Não estou realizando batizados para bonecas reborn ‘recém-nascidas’. Nem atendo ‘mães’ de boneca reborn que buscam por catequese. Nem celebrando missa de Primeira Comunhão para crianças reborn. Nem oração de libertação para bebê possuído por um espírito reborn. E, por fim, nem missa de Sétimo Dia para reborn que arriou a bateria”, afirmou o sacerdote.
O padre orientou que casos envolvendo apegos às bonecas sejam encaminhados a profissionais como psicólogos ou psiquiatras, ou, em último caso, ao fabricante dos brinquedos.
O assunto ganhou repercussão nas redes sociais após vídeos de pessoas que tratam as bonecas como filhos, simulando cuidados como alimentação, consultas médicas e passeios.
No Congresso, três projetos de lei foram apresentados na quinta-feira (15) para restringir o uso dos bonecos reborn e limitar benefícios a seus usuários.
O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) propõe proibir que profissionais de saúde façam simulações clínicas com essas bonecas (PL 2.326/2025). O deputado Dr. Zacharias Calil (União Brasil-GO) defende sanções administrativas para quem usar os bonecos para obter benefícios destinados a crianças de colo (PL 2.320/2025). A deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP) sugere acolhimento psicossocial para pessoas com vínculos afetivos com esses brinquedos (PL 2.323/2025).
O que é?
Bebê reborn é uma boneca artesanal hiper-realista, feita para parecer um bebê de verdade. Surgiu nos anos 2000 e, nos últimos três anos, tem sido aprimorada com materiais que imitam a pele e detalhes reais, como batimentos cardíacos e até funções como “tomar mamadeira” e “urinar”. Os preços variam entre R\$ 750 e R\$ 9,5 mil, dependendo do material e da complexidade, sendo as mais caras feitas de silicone sólido, delicado e com aparência mais realista.
Essas bonecas têm características personalizadas, como cor de pele, olhos e até sinais físicos, com cabelos fixados fio a fio e detalhes minuciosos. Algumas vêm com cordão umbilical de silicone e roupas reais de bebê, além de “certidão de nascimento” e cartão de vacinas com consulta agendada para dar mais realidade à brincadeira.
(*) Com informações do Gazeta do Povo