
As onças-pintadas Miranda e Antã, resgatadas entre quarta-feira (14) e sábado (17) pelo Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) e pela Polícia Militar Ambiental (PMA), continuam sua recuperação no Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande. O hospital, vinculado ao Governo de Mato Grosso do Sul, é referência em tratamento de animais silvestres na América Latina.
Antã, o macho das duas onças, está recebendo atenção especial devido à gravidade de suas queimaduras e problemas pulmonares. Nesta segunda-feira (19), ele passou por exames para avaliar sua saúde, seguindo o mesmo procedimento realizado na fêmea Miranda no sábado. Enquanto Miranda pesa 60 kg, Antã foi encontrado com 75 kg.
Miranda sofreu queimaduras de segundo grau nas quatro patas, enquanto Antã tem ferimentos de terceiro grau e comprometimento pulmonar. O nome Antã significa “forte” em tupi-guarani, e Miranda foi nomeada em homenagem ao município onde foi encontrada, que também é o local de resgate de Antã, na região do Passo do Lontra, às margens do rio Miranda.
A veterinária Aline Duarte, coordenadora do Ayty, explicou que Antã apresenta crepitações no pulmão, possivelmente devido à inalação de fumaça. “Estamos aguardando os resultados finais dos exames para entender a real situação do Antã”, disse Aline.
Nos exames de Miranda, foi detectada uma infecção, provavelmente causada pelos ferimentos nas patas, além de possíveis alterações renais e hepáticas, conforme o ultrassom preliminar. Apesar disso, a onça mostrou uma melhora significativa desde sua chegada ao hospital na quinta-feira (15).
O tratamento para ambos inclui pomadas especiais para queimaduras e sessões de ozonioterapia e laser para acelerar a cicatrização. Essas abordagens poderão ser ajustadas conforme os resultados dos exames futuros.
Além das onças, o Ayty também cuida atualmente de um veado e uma anta filhotes, resgatados na região entre Bodoquena e Bonito. O hospital faz parte da Operação Pantanal 2024, que visa não só combater incêndios, mas também resgatar e tratar animais afetados, promovendo a recuperação da fauna local.
Os exames realizados foram conduzidos pelo corpo técnico do Ayty e do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), vinculado ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). O caso de Antã contou com a colaboração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e foi monitorado pela PMA para garantir a segurança e o bem-estar dos felinos.