
A vereadora Luiza Ribeiro participou, na última terça-feira (04), da reunião técnica da Câmara Técnica do Conselho Municipal de Saúde para discutir o Plano de Ação para Redução de Filas de Espera e Acesso à Primeira Consulta em Psiquiatria Adulto e Pediátrica, proposto pela Secretaria Municipal de Saúde (SESAU). A iniciativa responde a uma Ação Civil Pública que cobra soluções para a longa espera por atendimento psiquiátrico na rede municipal.
A proposta prevê a substituição do atendimento do Ambulatório de Saúde Mental pela implantação de um CAPS II na região da Vila Almeida. No entanto, a medida gerou críticas, pois um único CAPS II pode ser insuficiente para atender uma cidade com mais de 900 mil habitantes, enquanto a legislação federal recomenda essa estrutura para municípios entre 70 mil e 200 mil habitantes.
Outro ponto de preocupação levantado na reunião foi a possível descontinuação de programas essenciais oferecidos pelo Ambulatório de Saúde Mental, como psiquiatria perinatal, atendimento a mulheres vítimas de violência, transtornos alimentares, ambulatório de sexualidade e gênero e psicogeriatria. Profissionais da área alertam que a mudança pode comprometer a qualidade do atendimento e limitar o acesso da população aos serviços especializados.
A incerteza sobre a continuidade dos programas de prevenção ao suicídio adulto também preocupa os especialistas, já que a proposta prevê a absorção desses atendimentos pelos CAPS, priorizando consultas médicas e reduzindo o acompanhamento psicológico individualizado.
A reunião contou com a participação de representantes do Conselho Regional de Psicologia, médicos psiquiatras, trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial e usuários do sistema de saúde, que manifestaram receio em relação à implementação apressada do plano, sem amplo debate com a sociedade civil.
Em nota enviada ao Conselho Municipal de Saúde, psicólogos expressaram “intensa aflição e preocupação” com as mudanças propostas. O tema agora será analisado pelo plenário do Conselho Municipal de Saúde.
“Vamos seguir acompanhando essa discussão, pois a saúde mental em Campo Grande precisa ser fortalecida, e não desmontada. A solução para a fila de espera não pode comprometer serviços fundamentais para a população”, afirmou a vereadora Luiza Ribeiro.
*Assessoria de imprensa