
A mais recente pesquisa Quaest, divulgada na última quarta-feira (26), trouxe um recado claro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o descontentamento com sua gestão cresce em diversas regiões do país, e a necessidade de mudanças no governo se torna cada vez mais evidente.
O levantamento foi realizado em oito estados que, juntos, representam 62% do eleitorado brasileiro. Os dados revelam uma desaprovação superior a 60% nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Esse cenário, se não for revertido, pode representar um grande obstáculo para uma eventual tentativa de reeleição em 2026.
A pesquisa trouxe um dado preocupante para o governo Lula: até no Nordeste, historicamente um reduto lulista, a aprovação do presidente apresenta forte queda. Na Bahia e em Pernambuco, por exemplo, a avaliação positiva do governo caiu mais de 15 pontos, indicando um enfraquecimento do apoio em bases eleitorais fundamentais.
Além disso, os números mostram que, em cenários de segundo turno, Lula aparece empatado ou em desvantagem contra potenciais adversários como Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, especialmente nos estados com maior número de eleitores.
Minas Gerais, considerado um estado-chave em qualquer disputa eleitoral, também mostra um cenário desfavorável para o petista. Em todas as simulações realizadas pela Quaest, Lula enfrenta dificuldades, reforçando a necessidade de uma reavaliação estratégica para os próximos dois anos de mandato.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, em entrevista ao Estúdio I da Globo News, destacou que os entrevistados estão enviando um recado claro ao governo: não basta melhorar a comunicação, é preciso mudar a forma de governar. Segundo ele, há um sentimento generalizado de esgotamento da imagem atual do presidente, o que pode comprometer sua popularidade a longo prazo.
A pesquisa indica que a maioria dos eleitores espera mudanças concretas no governo nos próximos dois anos. Caso contrário, Lula pode enfrentar um cenário desafiador para a sua permanência no poder.
O governo ainda tem tempo para reverter essa tendência, mas os números deixam claro que a insatisfação cresce e que ajustes estratégicos serão essenciais para evitar um desgaste ainda maior.