O Ministério da Saúde anunciou a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste considerado inovador para detecção do HPV em mulheres. Essa tecnologia, que utiliza testagem molecular, tem como objetivo primário o rastreamento do câncer do colo do útero. O ginecologista Júlio César Teixeira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conduz um programa de rastreamento de HPV há quase sete anos, o qual será disponibilizado na rede pública.
Segundo Teixeira, o teste é feito por máquina, com margem de erro próxima a zero, diferentemente do Papanicolau, que sofre mais interferência humana. Enquanto o Papanicolau é recomendado a cada três anos, o teste de HPV pode ser realizado a cada cinco anos. Além disso, o HPV está relacionado a diversos tipos de câncer, não se limitando ao colo do útero. Teixeira ressalta que a testagem, aliada à vacinação precoce, pode ter um impacto significativo na saúde pública.
O teste de HPV já está disponível na rede particular há alguns anos, mas sua cobertura por planos de saúde ainda é limitada. No entanto, sua eficácia na detecção precoce de lesões pré-câncer torna-o uma opção mais econômica a longo prazo. Teixeira destaca que, quando detectada precocemente, a lesão tem tratamento mais simples e eficaz.
Em relação ao Papanicolau, Teixeira afirma que o teste de HPV irá substituí-lo como método inicial de rastreamento. No entanto, em cerca de 10% dos casos, será necessário realizar o Papanicolau para fornecer informações adicionais sobre a lesão detectada.
Quanto à vacinação contra o HPV, Teixeira enfatiza a importância de vacinar não apenas as meninas, mas também os meninos, como uma medida para reduzir a circulação do vírus na população. Ele destaca que a vacina é uma forma eficaz de prevenir câncer e ressalta a necessidade de conscientização sobre sua importância.
Em síntese, a incorporação do teste de HPV ao SUS representa um avanço na prevenção e no diagnóstico precoce de câncer, contribuindo para a melhoria da saúde pública no Brasil.
Com informações: Agência Brasil