Mata do Jacinto: Mulher acusada de matar ex-companheiro da irmã pode escapar de júri

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) requereu a desclassificação do crime de homicídio qualificado imputado a Naira Graziella Salgado Grigoletto, acusada de matar com um disparo de arma de fogo o ex-cunhado Jheferson Luiz Nogueira Paixão, de 31 anos, conhecido como “Alemão” ou “Scooby”. O caso ocorreu entre a noite de 22 de outubro e a madrugada de 23 de outubro de 2022, na Rua Pridiliano Rosa Pires, bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande.

Em suas alegações finais, o promotor de Justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia afirmou que não há comprovação da “intenção homicida” na conduta da acusada e destacou que Naira efetuou somente um disparo, sem se verificar evidências incontestáveis do animus necandi. Com base nessa análise, o MPMS pediu que a acusada não seja submetida ao Tribunal do Júri e que o crime seja desclassificado para outra modalidade de delito, diversa de dolo contra a vida.

Conforme os autos, Jheferson deslocou-se até a residência de sua ex-companheira, irmã de Naira, e teria proferido diversos xingamentos pelo lado do portão da casa. Naira, que se encontrava no interior da residência, pegou uma arma de fogo e realizou o disparo, atingindo o ofendido na cabeça, o que ocasionou o óbito no local. Ela pode ter agido em defesa da irmã, que, na época, tinha medida protetiva em desfavor de Jheferson.

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Em depoimento, a acusada declarou: “… dei um disparo, mas não foi na intenção de pegar nele, era para assustar para ele ir embora”, afirmativa que será avaliada juntamente com as demais provas do processo. A defesa ainda prestará suas alegações finais e, caso a Justiça absolva a acusada, o MPMS requer que se proceda à notificação para a atualização do Sistema Nacional de Informações Criminais (SINIC) e da Rede INFOSEG.

Essa decisão do Ministério Público representa uma verdadeira reviravolta no caso, ao propor a não submissão de Naira ao júri popular. A análise dos fatos seguirá na Justiça, que decidirá sobre a desclassificação do delito e o consequente encaminhamento processual.

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