Liberdade ou caos? Meta “afrouxa” regras e põe usuários no comando da moderação

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Foto: David Paul Morris/Bloomberg / Bloomber / Bloomberg)

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou uma série de alterações nas políticas de moderação de conteúdo do Facebook, Instagram e Threads. Segundo ele, as mudanças visam restaurar a liberdade de expressão, que teria sido comprometida por regulações globais. Zuckerberg criticou governos da União Europeia, América Latina e China, referindo-se a “tribunais secretos de censura” na América Latina, em uma possível menção ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro.

Entre os pontos destacados, o executivo afirmou que as plataformas da Meta simplificarão regras, reduzirão filtros automáticos de moderação e transferirão a equipe regulatória da Califórnia para o Texas, buscando mais eficiência e menos interferências.

Principais mudanças anunciadas

  1. Notas da Comunidade
    Usuários passarão a sinalizar conteúdos considerados ilegais, substituindo ferramentas automatizadas mais complexas. O modelo se inspira em práticas adotadas por Elon Musk no X.
  2. Simplificação das políticas de conteúdo
    A Meta deixará de sinalizar publicações sobre temas como imigração e gênero, com a justificativa de que tais práticas foram usadas para “calar opiniões”.
  3. Conteúdo político em destaque
    Postagens políticas voltarão a ser sugeridas nos feeds, marcando uma mudança em relação aos últimos anos, quando esse tipo de conteúdo foi restringido.
  4. Nova abordagem de moderação
    Os filtros automáticos só denunciarão conteúdos claramente ilegais. Questões menos graves dependerão de denúncias feitas pela comunidade de usuários.
  5. Mudança de sede regulatória
    A equipe de regulação será transferida da Califórnia para o Texas, local considerado mais favorável à liberdade de expressão, segundo Zuckerberg.
  6. Parceria com o governo Trump
    A Meta trabalhará com o governo de Donald Trump para pressionar governos globais contra regulações que, segundo o CEO, prejudicam a inovação e a liberdade de expressão.

Contexto brasileiro

Embora Zuckerberg não tenha citado diretamente o Brasil, a declaração ocorre após disputas entre o STF e redes sociais, como o bloqueio do X, em 2023, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes por descumprimento de ordens judiciais relacionadas à disseminação de desinformação.

Com as mudanças, a Meta busca retornar às suas “raízes” e minimizar erros nas políticas de moderação, mas a decisão também levanta debates sobre a responsabilidade das plataformas em relação ao conteúdo disseminado e sua relação com regulações globais.