Lembra do caso? Ex-militar que matou esposa e jogou corpo em matagal é condenado a 23 anos de prisão

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Foto: reprodução da internet

O ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 32 anos, foi condenado nesta sexta-feira (25) a 23 anos e 4 meses de reclusão pelo assassinato da esposa Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, em crime ocorrido no mês de fevereiro deste ano, em Campo Grande,

De acordo com a senteça proferida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o réu foi condenado a 21 anos e 4 meses pelo assassinato e pegou mais 2 anos e 40 dias por tentar se livrar do corpo. O juri decidiu pela condenação de homicídio qualificado por motivo torpe (desprezível), emprego de asfixia e ocultação de cadáver enquanto que a defesa conseguiu livar o crime de feminicídio. Ele ainda deve pagar indenização de R$ 15 mil para a filha.

O grande destaque do julgamento foi quando a promotora Mariana Sleiman Gomes usou o seu próprio marido no plenário para exibir ao júri como seria uma briga de casal. “Se eu quiser um dia agredir meu marido assim, eu não consigo, porque ele me segura muito facilmente. Ele passou do limite de querer conter, porque ele veio por trás dela”, disse ela para justificar que o ex-sargento queria sim matar a esposa.

Ainda na sua fala, a promotora fez o seu marido lhe aplicar um golpe de artes marciais chamado de ‘mata-leão’, que teria sido usado pelo réu para segurar a esposa durante a briga. “Primeiro ele falou ‘mata-leão’, depois falou que usou mão no pescoço e na barriga, depois, disse antebraço no pescoço e mão na barriga. São três situações diferentes e é um absurdo chamar isso de legítima defesa ou excesso culposo”, discurssou, destacando que o “mata-leão” é capaz de fazer uma pessoa perder a consciência em 15 segundos.

A filha da vítima, de apenas 3 anos, foi a principal testemunha do crime, já que a morte da mãe aconteceu na sua frente. O depoimento dela foi mostrado no julgamento através de um vídeo. Neste, a menina diz: “Meu pai matou minha mãe”, sendo que ela enxergava no ex-sargento a figura de um pai biológico. Já a defesa de Tamerson negou que a menina tenha sido testemunha, pois estava dormindo e com a porta do quarto fechada no momento da morte.

O crime

O corpo da vítima foi encontrado no dia 6 de fevereiro abandonado às margens da BR-060, na região da saída para Sidrolândia, em Campo Grande. O marido dela, Tamerson Souza, foi o primeiro suspeito pelo caso, sendo que na primeira vez alegou que a esposa havia ido embora. Para as amigas da vítima, o ex-militar passou a responder as mensagens no celular se passando pela esposa. Já para a filha, justificou que a mãe tinha morrido em um hospital após passar mal.

Mas a polícia logo descobriu tudo e ele confessou, dizendo que tinha sido agredido por ela, que então havia chegado em casa embriagada e sob efeito de drogas. Na sua versão, para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e a mulher morreu. Com medo de ser preso, ele colocou o corpo no porta-malas do veículo e, no dia seguinte, levou a filha à escola com o corpo dentro do carro e então seguiu para a rodovia, onde jogou o cadáver em um matagal.