LANCHONETE MAZZA: Gata Molhada e dança do passinho marcaram época em antigo Point na década de 1990 na Jerônimo de Albuquerque

Compartilhe:
Lanchonete Mazza lotada em uma tarde de Paquera - Rua Jerônimo de Albuquerque na década de 80 - Foto: arquivo pessoal

Antes mesmo da chegada do desenvolvimento na rua que se tornou o principal corredor comercial do bairro Nova Lima, o casal Francisco Mazza e Simone Galvão, foram pioneiros e trouxeram diversão para um bairro novo e que era considerado praticamente uma fazenda e hoje, se tornou um dos bairros mais desenvolvidos na região norte de Campo Grande.

Simone Galvão, hoje com 54 anos, conta com muita nostalgia que era um acontecimento as gincanas e a ‘paquera’ que o casal promovia na Lanchonete Mazza.

Aqui a turma que fazia o som da Paquera. Entre eles o Dj Fanta. – Foto: Arquivo Pessoal

“No começo do Nova Lima nem Botecos tinha por aqui e nós vimos a oportunidade de promover entretenimento e ganhar dinheiro para nosso sustento. Foi então que, construímos o prédio na esquina das ruas Jerônimo de Albuquerque com a Monte Alegre”.

Além de uma boa cerveja gelada o comércio era visto como uma das poucas opções de diversão, pois naquele tempo segundo Simone, tudo era longe. “ Me lembro que quando me mudei para o bairro estranhei a falta de estrutura. As ruas não tinham asfalto e o ônibus passava muito longe”, explica.

Para Simone, o diferencial que chamava atenção de seus clientes era o ambiente familiar e frequentado, inclusive por crianças durante o dia. “Os pais vinham se divertir e não tinham medo de trazer seus filhos. Não tinha briga durante a dia. Eles só queriam dançar e fazer festa”.

A proprietária conta que foi com o dinheiro ganho na lanchonete que ela e o marido criaram os filhos e construíram a casa que moram até hoje. “Tenho boas lembranças daquela época. Foi ali que por muito tempo tiramos nosso sustento e de nossos filhos” 

Nesta foto os jovens participavam da gincana do sorvete. Quem comesse o sorvete mais rápido no pinico ganhava um lanche e um sorvete – Foto: Arquivo Pessoal

Para quem frequentou o local a lembrança ainda é fresca na memória. Hoje com 35 anos, a pedagoga Patrícia Fonseca, conta que seu pai, hoje morador e comerciante do Jardim Colúmbia a levava sempre aos sábados durante a tarde para tomar sorvete na famosa MAZZA.

“Meu pai era muito amigo do seu Francisco o dono da lanchonete. Eu tinha sete anos de idade e era um evento todo sábado. O pai me levava para lanchar e tomar sorvete. A lanchonete estava sempre lotada. Me lembro que em uma das vezes ele levou um violão e começou uma cantoria e eu estava lá no meio cantando também. Era muito divertido”, relata.

Patrícia conta as lembranças do tempo em que o local era uma das poucas opões de lazer da região. “A imagem que me vem à memória é das crianças, inclusive eu, correndo pelo salão e os pais gritando, olha a rua, pois era linha de ônibus e nem tinha asfalto ainda”.

Simone Galvão segurando o troféu para entregar para o ganhador da gincana – Foto: arquivo pessoal

Na época, estudante da Escola Estadual Lino Vilachá, que fica em frente ao local onde funcionava a Mazza, o hoje moto-taxista Marcos Garcia, 48 anos, lembra que tinha 15 anos de idade e também conhecia a famosa ‘Paquera’ que acontecia todos aos domingos.

“Me mudei para a região e estudava ali perto no período da manhã. Lembro do locutor da paquera mandando os recadinhos dos homens para a mulherada. No fim de semana a Mazza era o point da região. O pessoal do Anache, Colúmbia e Nova Lima marcavam presença. Naquele tempo não haviam muitas opções de diversão”.

Marcos lembra que a discoteca rolava solta e era o ‘fervo’ que movimentava o bairro. “Como a escola era próximo, não tinha como não ver a movimentação. Durante a semana era lanchonete normal e aos finais de semana, lotava com as brincadeiras e o estilo de música principal era a discoteca e romântica”, relembra. 

Aqui o Mazza, um amigo, sua irmã Francisca, e a mãe deles. – Foto: arquivo pessoal

Hoje moradora do bairro vizinho o Vida Nova, Marta da Silva Garcia, 49 anos, fala do espaço e recorda a quantidade de pessoas que frequentavam a Lanchonete MAZZA.

“Às vezes era meio sinistro, pois naquela época tinham as ‘gangues’ e as vezes dava uma confusão ou outra durante a noite. Era meio pequeno o espaço, mas a galera adolescente daquela época sempre lotava o Mazza. Minha melhor lembrança era quando o pessoal se juntava para fazer os famosos passinhos”.

DJ SHAMPOO

Um dos Djs que animavam as tardes de domingo na famosa ‘paquera’ do Mazza, Edson Antônio Scranin, hoje com 47 anos, relembra que eram cerca de uma hora de música romântica e Flash House.

“Tocávamos sons estilo Flashback e FlashHouse e tinha os recadinhos também que a rapaziada mandava para as paqueras”, explica.

DJ Shampoo animando a juventude na Lanchonete Mazza – Foto: arquivo pessoal

DJ Shampoo como era conhecido, diz que o movimento era tão grande que em certo horário fechava a rua de tanta gente. “Naquele tempo era tanta gente que a Jerônimo de Albuquerque ficava totalmente fechada. Hoje quando me lembro é só saudade de tocar na Mazza e também em outras baladas como o antigo Ramão e também no clube da Matel”, recorda Edson.

Dj Shampoo faz questão de citar outros colegas que também tocavam no espaço. “Tem o Fanta, Reinaldo e Marcelo Boca. Eles que dividiam a mesa do dj som e também animavam as festas do Mazza”, finalizou.

Gostou de relembrar os velhos tempos? Você que é morador antigo e tem uma história para nos contar de baladas ou acontecimentos aqui na região é só entrar em contato com nossa redação no telefone 67.9 9869.6927 (whatsapp).