Justiça manda Agepen garantir integridade física de homem que matou esposa e filha bebê

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Homem matou esposa e filha em Campo Grande — Foto: Redes Sociais/Reprodução/G1

O juiz Valter Tadeu Carvalho determinou que a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen-MS) avalie e indique um “local apropriado” para a custódia de João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, preso em flagrante por suspeita de matar a companheira, Vanessa Eugênio Medeiros, de 23 anos, e a filha do casal, Sophie Eugenia Borges, de apenas 10 meses. A decisão foi proferida durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (29), em Campo Grande.

Segundo a ordem judicial, a medida visa garantir a integridade física do preso, tendo em vista a natureza e a gravidade dos crimes. O magistrado ainda recomendou que a Agepen adote atenção especial às eventuais necessidades médicas, farmacêuticas ou psicossociais do custodiado, conforme previsto na Lei de Execução Penal.

Durante a audiência, João Augusto declarou ter sido vítima de agressões no momento da prisão. Ele afirmou ao juiz que foi alvo de “tapas, socos e spray de pimenta” por parte de policiais civis, mas disse não saber identificar os responsáveis.

Mesmo com a denúncia de maus-tratos, o juiz manteve a prisão preventiva do acusado. Em paralelo, determinou que o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, e a Corregedoria da Polícia Civil sejam notificados para investigar as alegações feitas pelo réu.

Acusações — João é acusado de duplo feminicídio qualificado. Segundo a Polícia Civil, o acusado confessou os assassinatos. Ele alegou que sofria dificuldades financeiras e enfrentava conflitos com a companheira, que teria manifestado a intenção de terminar o relacionamento. João disse ainda que não aceitava a separação e não queria pagar pensão alimentícia.

Segundo a investigação, ele aplicou um golpe “mata-leão” em Vanessa e, em seguida, matou a filha por esganadura. Após os crimes, o suspeito foi ao trabalho normalmente. No fim do expediente, comprou gasolina, retornou à residência, enrolou os corpos em cobertores, colocou no porta-malas e seguiu até a região do Indubrasil, onde ateou fogo nos corpos.

Os restos mortais foram encontrados na noite de segunda-feira (26), carbonizados, na Rua Desembargador Ernesto Borges, no Núcleo Industrial. A polícia chegou até João por meio de imagens de câmeras de segurança que mostravam o veículo dele nas proximidades do local.

O acusado foi preso na terça-feira (27), quando tentou registrar o desaparecimento da esposa e da filha na 6ª Delegacia de Polícia. Ele já havia ido ao local anteriormente em busca de informações, mas acabou detido ao retornar para formalizar o boletim de ocorrência. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, com apoio do GOI e da Deam.

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Jornalista - DRT 0002147/MS