Em uma disputa judicial que envolve o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura de Campo Grande, a população da cidade pode ser surpreendida com um aumento nas passagens de ônibus. O Consórcio, que opera o transporte público na capital, conseguiu reverter uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) que havia impedido o reajuste, por meio de um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com isso, a tarifa técnica, paga pelo município, pode passar de R$ 5,95 para R$ 7,79, e ainda impactando diretamente o bolso dos consumidores.
A tarifa técnica é um valor suportado pelo município, mas o aumento pode ser repassado ao contribuinte indiretamente, já que o dinheiro vem dos cofres públicos. A tarifa pública, que é a paga pelos passageiros, atualmente é de R$ 4,75. A alegação do Consórcio é de que está em prejuízo, enfrentando dificuldades financeiras para manter o serviço, como o pagamento integral dos salários dos motoristas.
O Consórcio Guaicurus, para reforçar sua argumentação de prejuízo, contratou uma segunda perícia, que custará R$ 272 mil. Isso acontece após a primeira perícia ter mostrado um lucro de R$ 68,9 milhões nos primeiros seis anos de concessão. A nova análise tem como objetivo provar que a empresa não tem condições financeiras de manter o serviço sem um aumento no valor da tarifa.
A situação ainda está em aberto, e a população de Campo Grande segue sem saber o que esperar. Se a tarifa técnica for aumentada, o consumidor pagará a conta, seja diretamente ou indiretamente, já que o reajuste refletirá nos gastos do município e, consequentemente, nos impostos pagos pelos cidadãos.