
O descaso do poder público em relação à assistência à saúde da população campo-grandense tem movimentado o Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

A 32ª Promotoria de Justiça da Saúde de Campo Grande instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na Unidade de Saúde da Família (USF) Aquino Dias Bezerra, no bairro Vida Nova, região norte de Campo Grande. O órgão investiga se o local possui estrutura física, tecnológica, recursos humanos, materiais e insumos para atender às necessidades de saúde da população.

O procedimento que tramita na promotoria, ocorre por conta de uma denúncia protocolada pelo vereador André Luis Soares da Fonseca, que apontou inúmeros problemas estruturais como infiltrações, mofo, teto com risco de desabamento, salas interditadas, ausência de climatização, pisos danificados e portas com ferrugem.
Em março deste ano, dois assessores do parlamentar estiveram na unidade de saúde e presenciaram a precariedade do prédio público. A sala de imunização estava interditada em plena campanha de vacinação contra o COVID-19.
Além das condições do prédio, a denúncia aponta que a população e trabalhadores estão expostos a riscos de acidentes ocasionados pela falta de manutenção do prédio público inaugurado em fevereiro de 2010.
O Sindicato dos trabalhadores públicos em enfermagem de Campo Grande (SINTE/PMCG), se manifestou nos autos e indicará testemunhas, bem como filmagens para mostrar a situação caótica a quais estão submetidos os profissionais de saúde de Campo Grande.
Furto de HD
Na manhã de ontem (29), a gerente administrativa da Unidade de Saúde da Família (USF) Aquino Dias Bezerra, procurou a delegacia de Polícia Civil para comunicar o furto de um HD ocorrido entre os dias 21 e 22 deste mês.
O HD é um dispositivo de armazenamento de dados mais utilizado nos computadores. Esse tipo de equipamento guarda arquivos pessoais ou corporativos, além do sistema operacional.
Conforme o Boletim de Ocorrência, o computador foi enviado para assistência técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que cede equipamentos informáticos para a unidade de saúde. Lá descobriram a ausência do dispositivo.
Ainda conforme o documento policial, o guarda civil que fazia a segurança da unidade neste período, disse que não houve anormalidades durante o plantão noturno.
A responsável contou na delegacia, que na unidade existe um sistema de monitoramento, entretanto, fica sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).
O caso foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia Civil e será investigado.
O que diz a SESAU:
Desde o ano de 2017, a Prefeitura de Campo Grande reformou mais de 40 unidades de saúde e inaugurou outras nove unidades.
Em decorrência da pandemia de Covid-19, ações de enfrentamento à doença tornou-se prioridade, tanto no município quanto a nível Ministerial, desta forma, os recursos para investimentos a serem repassados pelo Ministério da Saúde foram retidos para ações de enfrentamento à Covid-19, como aquisição de respiradores.
Quanto ao furto do SSD, a Sesau apura o que houve, uma vez que não há nenhum registro de qualquer outro objeto desaparecido, mas isso não compromete o atendimento à população, uma vez que a máquina em questão era de uso da gerência da unidade.