O mercado financeiro revisou para cima a previsão da inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para 2024. A estimativa passou de 4,12% para 4,2%, conforme divulgado no Boletim Focus desta segunda-feira (12) pelo Banco Central (BC). A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo variar entre 1,5% e 4,5%.
Para os próximos anos, as projeções também foram ajustadas. A inflação esperada para 2025 foi ligeiramente reduzida, de 3,98% para 3,97%, enquanto as previsões para 2026 e 2027 são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
Em julho de 2024, a inflação foi de 0,38%, impulsionada principalmente pelos aumentos nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica. No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 4,5%, posicionando-se no limite superior da meta.
Taxa Selic e Crescimento Econômico
Para controlar a inflação e alcançar a meta, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano, após um ciclo de reduções iniciado em agosto de 2023. Desde março de 2021, a Selic passou por um período de elevação, atingindo 13,75% ao ano em agosto de 2022, antes de começar a ser reduzida em 2023.
As projeções indicam que a Selic deve permanecer em 10,5% até o final de 2024, caindo para 9,75% em 2025 e para 9% em 2026 e 2027. A manutenção ou redução da Selic impacta diretamente o custo do crédito e a expansão econômica, sendo uma ferramenta crucial para o controle da demanda e da inflação.
Expectativas para o PIB e Cotação do Dólar
A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 se manteve em 2,2%. Para 2025, a expectativa é de um crescimento de 1,92%, com uma projeção de 2% para 2026 e 2027. Em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, superando as expectativas, e alcançou um valor total de R$ 10,9 trilhões.
A cotação do dólar, segundo o mercado financeiro, deve fechar 2024 em R$ 5,30, e essa projeção se mantém para o fim de 2025.
Essas previsões refletem a cautela dos analistas diante de um cenário econômico global incerto e dos desafios internos enfrentados pelo Brasil.
*Agência Brasil