
A gestão da prefeita Adriane Lopes (PP) está no centro de uma investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), após suspeitas de desvio de recursos públicos que podem ter causado danos ao erário municipal. O foco da apuração são pagamentos de honorários advocatícios a servidores da Prefeitura de Campo Grande que, segundo investigações, não deveriam recebê-los.
O Inquérito Civil nº 06.2024.00001147-6, que tramita sob sigilo, investiga a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica entre a Procuradoria-Geral do Município (PGM) e a Secretaria Municipal de Fazenda (SEFIN). Esse documento foi utilizado para liberar pagamentos a fiscais da prefeitura, cargos que não fazem parte da estrutura da PGM, o que configura uma violação das normas e abre brechas para a prática de peculato – o crime de desvio de recursos públicos.
A bomba estourou após a Controladoria-Geral revelar que, a partir de uma auditoria interna da Controladoria-Geral do Município, foram encontrados fortes indícios de irregularidades. O MPMS, liderado pelo promotor Humberto Lapa Ferri, não hesitou em abrir um inquérito civil, que agora está analisando uma série de documentos e ouvindo servidores e procuradores para descobrir toda a extensão do “problema”.
Mas a história não para por aí. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), que já havia identificado irregularidades em 2024, havia suspendido a liberação dos pagamentos, restringindo-os exclusivamente aos procuradores. No entanto, após uma reviravolta, a decisão foi revogada, permitindo os repasses novamente, mas com restrições.
Em dezembro de 2024, o TCE-MS deu mais um golpe na administração de Adriane Lopes, suspendendo todos os efeitos do Termo de Cooperação Técnica nº 06/2022, um dos maiores alvos da investigação. A investigação segue em andamento.
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