GAECO age contra vazamento de ‘ofensiva’ que apura corrupção no governo de MS

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Sede da Governadoria de Mato Grosso do Sul, no Parque dos Poderes / Foto: Álvaro Rezende

Nesta quinta-feira (25), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou a Operação ERASURE em Campo Grande. A operação visa cumprir mandados de busca e apreensão após o vazamento da Operação Turn Off, que investiga fraudes e corrupção no governo estadual.

A Operação ERASURE, cujo nome em inglês significa “apagamento”, é uma referência às ações dos investigados na Operação Turn Off. Os alvos da operação anterior teriam excluído, alterado e formatado aparelhos celulares para apagar informações, cientes de que seriam alvo de buscas. Essa atitude pode ter comprometido a coleta de provas e prejudicado a investigação.

O GAECO descobriu que alguns dos investigados obtiveram acesso ilegal a informações sigilosas sobre a Operação Turn Off antes da sua deflagração, possibilitando a eliminação deliberada de dados relevantes. A Operação ERASURE é uma resposta a essa obstrução e busca retomar a coleta de informações cruciais.

O MPMS não divulgou os nomes dos envolvidos. No âmbito da Operação Turn Off, foram identificados desvios de dinheiro público em diversas áreas:

  • Compra de uniformes escolares pela Secretaria de Estado de Educação, no valor de R$ 5.610.000,00.
  • Aquisição de produtos médico-hospitalares pelo Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 6.523.977,94.
  • Compra de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação, no valor de R$ 13.000.548,00.
  • Fraudes e corrupção em compras de materiais de ostomia para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, em convênio com a Secretaria de Estado de Saúde, no valor de R$ 22.996.305,73.
  • Desvio de dinheiro na contratação de empresa pela Secretaria de Estado de Saúde para emissão de laudos médicos, no valor de R$ 12.330.625,08.

De acordo com o MPMS e os órgãos envolvidos, como o Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) e o GAECO, os desvios são atribuídos a uma organização criminosa no alto escalão do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul.

(*) Com informações do MPMS.

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Jornalista - DRT 0002147/MS