
Uma reunião entre a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foi marcada para esta sexta-feira (14) com o objetivo de debater novas estratégias de proteção para vítimas de violência doméstica. O encontro ocorre dias após o brutal feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada pelo ex-noivo Caio do Nascimento.
O crime chocou Campo Grande e reacendeu o debate sobre a segurança das mulheres. Caio, que foi preso em flagrante, já possuía 11 registros por violência doméstica e um histórico de agressões contra ex-companheiras. Mesmo com as denúncias e pedidos de medida protetiva, ele continuava em liberdade.
A delegada da Deam, Elaine Benicasa, ressaltou a necessidade de ações mais efetivas para conter a violência de gênero. “Não podemos largar a mão de ninguém. A rede precisa estar unida para reconhecer as falhas e buscar melhorias”, afirmou. Entre os desafios apontados, está a falta de efetivo para atender todas as vítimas e a dificuldade em intimar agressores.
Um histórico de violência ignorado
Desde 2020, Caio acumulava diversas acusações de violência doméstica. Em um dos casos, uma ex-namorada precisou de atendimento médico após ser brutalmente agredida. Outro registro, feito em 2024, mostra que uma ex-companheira solicitou medidas protetivas por sofrer violência psicológica e perseguição.
A própria Vanessa Ricarte tentou buscar ajuda horas antes de ser morta. Na madrugada de quarta-feira (12), ela registrou um boletim de ocorrência contra Caio, mas, no mesmo dia, ao retornar à sua casa para buscar pertences, foi esfaqueada no peito pelo agressor.
*Midiamax