Deputada propõe ajuda financeira para mães atípicas solo em MS

A solidão materna em famílias atípicas é uma realidade alarmante no Brasil. Segundo dados do Instituto Baresi, 78% dos pais abandonam as mães de crianças com deficiência ou doenças raras antes que os filhos completem cinco anos de idade. Sem apoio, essas mulheres assumem sozinhas a jornada de cuidar dos filhos, muitas vezes sem condições de se manterem no mercado de trabalho.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que mais de 11 milhões de mulheres no Brasil criam seus filhos sem a presença de um parceiro, e 63% delas vivem abaixo da linha da pobreza, com menos de R$ 145,00 por pessoa ao mês. Em Mato Grosso do Sul, onde mais de 526 mil pessoas têm algum tipo de deficiência, a situação das chamadas mães atípicas solo é ainda mais crítica.

Diante desse cenário, a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) propôs uma alteração na lei estadual que concede apoio financeiro a mulheres chefes de família. O projeto visa incluir as mães atípicas solo nesse benefício, sem impacto adicional no orçamento.

“Essas mulheres vivem para os filhos e muitas vezes não conseguem trabalhar porque precisam levá-los a terapias e consultas. Elas precisam ser enxergadas”, defendeu a deputada, que também é mãe atípica.

A proposta busca garantir um suporte do Estado às mulheres que dedicam suas vidas ao cuidado integral dos filhos com deficiência, muitas vezes sem qualquer suporte familiar. “São mães que seguem cuidando mesmo quando os filhos se tornam adolescentes ou adultos com deficiência. Elas merecem acolhimento, dignidade e respeito”, acrescentou Lia.

O projeto de lei está em tramitação na Assembleia Legislativa, e a expectativa é que o Governo do Estado reconheça a urgência e o impacto positivo da iniciativa. “Hoje, no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, reforçamos esse compromisso. As mães atípicas solo agora também terão acolhimento no Estado de Mato Grosso do Sul”, concluiu a deputada.