Curta filmado na aldeia Água Bonita é selecionado para festival em Miami

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“É a nossa voz ganhando o mundo”, diz o indígena Anderson Terena, criador do curta Vípuxovoku - Reprodução

O curta-metragem Vípuxovoku – Aldeia, produzido em 2024 na Aldeia Água Bonita, localizada em Campo Grande, acaba de conquistar espaço em dois importantes festivais de cinema: o 29º Inffinito Brazilian Film Festival, que acontece de 14 a 30 de setembro em Miami nos Estados Unidos, e o 48º Festival Guarnicê de Cinema, que será realizado entre os dias 30 de julho e 6 de agosto, em São Luís, no Maranhão.

Dirigido por Dannon Lacerda, idealizado por Anderson Terena e produzido por Bianca Machado, o filme foi selecionado entre mais de 1.500 obras inscritas para compor a seleção oficial do Festival Guarnicê, ao lado de apenas outros 27 curtas. Antes disso, o curta teve sua estreia nacional na 34ª edição do Festival Curta Cinema, no Rio de Janeiro, um dos principais eventos da América Latina dedicados exclusivamente ao formato curta-metragem.

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Vípuxovoku – Aldeia narra a história de Ailton, um jovem indígena da etnia Terena que vive em uma aldeia urbana de Campo Grande e busca manter vivas as tradições do seu povo, enfrentando os desafios de conciliar ancestralidade e vida contemporânea. O curta foi realizado com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e financiamento por meio da Lei Paulo Gustavo.

A produção destaca a força do audiovisual sul-mato-grossense e a importância de dar visibilidade às narrativas indígenas em espaços culturais e festivais de cinema. Ao ser exibido em circuitos tanto nacionais quanto internacionais, Vípuxovoku – Aldeia amplia o alcance de histórias que valorizam a diversidade cultural brasileira e reafirma o papel do cinema como instrumento de resistência e identidade.

A participação do curta em festivais de prestígio também representa uma conquista para o movimento indígena e para o fortalecimento das produções realizadas em Mato Grosso do Sul, especialmente aquelas que emergem de territórios muitas vezes invisibilizados pelo grande circuito cultural.