Cozinheira enfrenta ameaças da própria família para sair de imóvel em área de ‘comodato’ no Jardim Colúmbia

Compartilhe:

Jaqueline Ferreira Abrego, 35 anos, mora há quatro anos em uma área de chácaras na rua, Purus no Jardim Colúmbia em Campo Grande. A cozinheira afirma que, após a morte do tio que era proprietário do local e estava sob seus cuidados por ter adoecido, a esposa dele e os filhos querem despejar ela e os quatro filhos.

O local segundo a moradora  é uma área de ‘comodato’ e seu tio morou por muito tempo com a esposa e filhos ali.

“A mãe da minha prima e viúva do meu tio, foi quem intermediou a conversa na época, para que eu me mudasse e em contrapartida cuidasse do meu tio que já faleceu”, explica.

A cozinheira diz que o tio que tinha 80 anos morreu em 2019 e mesmo assim ela ainda ficou local.

“Eu me dispus em vir morar aqui. Trouxe minha família e meus filhos. E agora eles querem me tirar daqui. Eles nem precisam disso aqui. É só por ganância, mesmo”, afirmou Jaqueline.

Na última semana um grupo de pessoas segunda Jaqueline, estiveram no local com objetivo de invadir a área.

“Tenho quatro crianças e o filho da esposa do meu tio falecido que eu nem tive convivência esteve aqui e ainda me ofereceu dinheiro para que eu fosse embora, além disso me ameaçou e me constrangeu na frente do meu marido e dos meus filhos” relatou.

Com intenção de se resguardar ela procurou a (Central do Cidadão) e protocolou um requerimento de regularização para garantir que ela e a família não fossem tirados do terreno.

“Inclusive eles me ameaçaram dizendo que se eu não saísse iram resolver do jeito deles”.

Na chácara há duas edificações e segundo Jaqueline esse é o motivo da família da esposa do tio estar brigando pelo espaço, já que é de propriedade do poder público.

Desesperada a cozinheira diz não saber mais o que fazer. “Já fui na prefeitura. Chamei a polícia e esse pessoal não me deixa em paz. Já não sei mais o que fazer”, finalizou.

OUTRO LADO

Por outro lado, Neusa dos Santos, 72 anos, que foi casada com o tio de Jaqueline conta outra versão.

“Eu precisei vir cuidar da minha mãe aqui no estado de Minas Gerais. Só que eu morei naquele local por mais de 30 anos com meu esposo. Tudo que tem lá, inclusive os moveis da casa são meus. E agora minha vida virou um verdadeiro tormento”, disse.

Neusa afirma que quando pediu a casa novamente fez uma proposta para Jaqueline.

“Sabendo da situação dela eu disse que daria uma parte do terreno para ela construir uma casinha e morar com os filhos, mas ela não quis”.

Ainda de acordo com a versão de Neusa, até os cadeados e fechaduras da casa que ela tinha todas as chaves foram trocados. “Ela teve a capacidade de trocar todas as chaves da casa. Eu costumava sempre ir lá ver como estava, mas um dia fui surpreendida e não consegui acessar o local”, explicou.