
Uma mulher de 46 anos procurou a Polícia Civil na quarta-feira (11) para registrar boletim de ocorrência após ser ameaçada por um agiota, no bairro Morada Verde, em Campo Grande. O caso foi relatado à reportagem do Nova Lima News, que teve acesso ao documento oficial.
Segundo o boletim, a mulher afirmou ter pegado uma quantia emprestada há algum tempo, mas agora enfrenta dificuldades financeiras e não consegue pagar a dívida. O agiota, de forma agressiva, teria dito que “ela que se vire para pagar”. Além disso, ele estaria ligando constantemente para a vítima, para o filho dela e até para a mãe, reforçando que “vai receber o dinheiro de qualquer jeito”.
A mulher não sabe o nome completo nem o endereço do suspeito, mas forneceu à polícia um número de telefone e parte do nome pelo qual ele se identifica. Ela também declarou formalmente interesse em representar contra o homem e quer que o caso seja investigado criminalmente. O valor da dívida não foi informado.
Outro caso semelhante na Capital
Na segunda-feira (9), uma mulher de 42 anos também denunciou ameaças feitas por um agiota em Campo Grande. Conforme registro feito na 3ª Delegacia de Polícia Civil, ela contou que fez dois empréstimos de R$ 4 mil cada e, devido aos juros altos, não consegue quitar os valores, que chegaram a R$ 2.950 e R$ 2.900, respectivamente.
A vítima relatou que tem sido ameaçada por telefone. Em uma das ligações, o suspeito teria dito: “Se você não arrumar o dinheiro até as 19h30, vou colocar fogo na casa com você dentro!”. A mulher teme pela própria segurança e também manifestou interesse em representar contra o suspeito.
Por que a agiotagem é crime? Agiotagem é a prática de emprestar dinheiro com cobrança de juros acima do permitido por lei, feita por pessoas que não têm autorização legal ou registro como instituição financeira.
De acordo com a Lei nº 1.521, que trata de crimes contra a economia popular, é crime:
- Cobrar juros abusivos, superiores à taxa legal;
- Exigir lucros excessivos, aproveitando-se da necessidade ou inexperiência da outra parte;
- Realizar empréstimos com garantias ou condições não autorizadas por instituições oficiais.
A prática de agiotagem pode gerar pena de 2 a 8 anos de prisão, além de multa.
O agiota costuma cobrar as dívidas de forma hostil e, em muitos casos, com ameaças e até violência. Como atua fora das regras legais, o agiota não está sujeito a controle judicial, o que coloca o devedor em situação de risco.
Casos como os registrados em Campo Grande mostram como a prática ilegal ainda causa medo e insegurança à população.