Casos de sífilis congênita aumentam em Campo Grande

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Fonte: (BRANDELLI, 2017)

A sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou parto, foi a única forma da doença que apresentou aumento em Campo Grande de janeiro a agosto deste ano. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foram registrados 105 casos em 2024, contra 97 no mesmo período de 2023.

Em contrapartida, os casos de sífilis adquirida e sífilis em gestantes, transmitidas principalmente por relações sexuais desprotegidas, registraram queda. Nos oito primeiros meses deste ano, ocorreram 1.035 casos de sífilis adquirida, comparados a 1.225 em 2023, e 308 casos em gestantes, frente a 523 no ano anterior.

Falta de pré-natal adequado é a principal causa

A gerente técnica da sífilis congênita da Sesau, Jaqueline Barbosa de Oliveira, apontou a falta de um pré-natal adequado como a principal razão para o aumento nos casos congênitos.

“A sífilis congênita pode ser evitada com tratamento e acompanhamento adequados da gestante com sífilis, assim como do seu parceiro. É essencial que os exames sejam realizados no primeiro e no terceiro trimestre da gestação”, explicou Jaqueline.

O exame de sangue VDRL, que detecta a infecção, deve ser repetido mensalmente em gestantes diagnosticadas para identificar possíveis reinfecções.

Diagnóstico e tratamento gratuitos no SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece testes rápidos para sífilis em todas as unidades de saúde da família e no Centro de Testagem e Aconselhamento (TCA), sem necessidade de pedido médico. Já o exame VDRL exige solicitação de um profissional de saúde.

O tratamento é realizado exclusivamente com Penicilina Benzatina, disponível em todas as unidades de saúde. Para gestantes, essa é a única medicação capaz de atravessar a placenta e tratar o bebê.

Entenda a sífilis

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, com diferentes estágios (primário, secundário, latente e terciário). A transmissão ocorre por relações sexuais sem preservativo, transfusão de sangue ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação.

Nos estágios iniciais, a possibilidade de transmissão é mais elevada, mas a doença é curável quando tratada adequadamente. A Sesau também realiza ações de conscientização em pontos estratégicos de Campo Grande, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

*Com informações PMCG