
A pressão inflacionária sobre os alimentos deve continuar em 2025, com destaque para o aumento expressivo nos preços das carnes, café e açúcar, segundo especialistas. Essas commodities, junto com itens como óleo de soja, leite e hortaliças, são apontadas como os principais responsáveis pela inflação alimentar, com projeção de alta de 6,2% no IPCA para alimentos neste ano, segundo a Tendências Consultoria.
Pressão das proteínas e commodities
Gabriela Faria, economista da Tendências Consultoria, destaca que o maior impacto virá das carnes, com aumento estimado em 16,6% no preço ao produtor, refletindo na indústria e no consumidor final. Café e açúcar também enfrentam limitações de produção, elevando os preços. Em contrapartida, os grãos, como soja e milho, devem ter impacto neutro, sem previsão de altas acentuadas.
Efeitos climáticos e câmbio
Cesar de Castro Alves, do Itaú BBA, alerta para a influência do clima nas lavouras de hortifrútis, que sofreram com a seca em 2024. Chuvas insuficientes nos próximos meses podem agravar a inflação momentânea desses itens. Já o câmbio terá papel central: um dólar acima de R$ 6 aumentaria a pressão inflacionária, segundo José Carlos Hausknecht, da MB Agro.
Impacto geral
Os dados mais recentes do IBGE mostram que alimentação e bebidas registraram alta de 1,47% em dezembro, contribuindo com 0,32 ponto percentual para o IPCA-15, que fechou em 0,34% no mês. A tendência de alta nos preços preocupa o governo, já que pode atrasar cortes na taxa de juros.
O cenário fiscal e a volatilidade cambial também são apontados como fatores de incerteza para 2025, aumentando os desafios no controle da inflação de alimentos.
*As informações são da Agência Estado