
Ouça o desabafo da jornalista após sair da delegacia onde buscou ajuda
Gravações feitas pela jornalista Vanessa Ricarte antes de ser assassinada pelo ex-noivo Caio Nascimento vieram à tona nesta sexta-feira (14) e expuseram falhas graves no atendimento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande. Horas antes do crime, ocorrido na última quarta-feira (12), Vanessa buscou ajuda na Casa da Mulher Brasileira, mas não recebeu o suporte necessário.
Nos áudios, a jornalista relata o tratamento frio e distante que recebeu ao tentar denunciar as ameaças do ex-noivo. “O jeito que ela me tratou foi bem prolixo, bem fria e seca”, disse Vanessa em uma mensagem a uma amiga. “Eu, que tenho instrução, escolaridade, fui tratada dessa maneira. Imagina uma mulher vulnerável… essas que são mortas.”
Sem escolta policial, Vanessa foi assassinada com três facadas ao tentar entrar em casa. O autor do crime já possuía um histórico de violência doméstica, mas a medida protetiva solicitada pela vítima não foi suficiente para evitar sua morte.
Repercussão
O caso gerou grande comoção e ganhou destaque na imprensa nacional. Além dos áudios, outras denúncias sobre falhas no atendimento às vítimas de violência doméstica na Casa da Mulher Brasileira começaram a surgir. Muitas mulheres relataram demora no atendimento e desamparo, afirmando que, em alguns casos, o agressor já havia sido solto enquanto elas ainda aguardavam ajuda.
Nas redes sociais, a indignação é generalizada. Comentários denunciam a sensação de impunidade e a falta de acolhimento às mulheres em situação de risco. Ouça.