Na manhã desta segunda-feira (17), a Câmara Municipal de Campo Grande realizou uma audiência pública para debater “O comportamento suicida e autolesão na juventude”. O vereador Professor André Luis propôs uma reflexão profunda sobre o tema, enfatizando a necessidade de abordar e enfrentar essa questão.
Durante seu discurso, André Luis destacou que o suicídio não é uma saída para o sofrimento, mas que a dor daqueles que têm ideações suicidas vai além do físico, sendo uma dor psicológica profunda. “A fuga da vida pelo suicídio é algo que precisamos discutir. O suicídio é uma doença que devemos entender e acolher, mas nunca será uma saída”, afirmou.
O vereador também ressaltou o impacto do suicídio nos familiares e amigos das vítimas, que enfrentam um sofrimento intenso. “Quando a pessoa se suicida, isso causa um impacto nas outras pessoas. A perda da vida é algo muito caro. Quem tenta suicídio traumatiza a si mesmo e aos outros”, disse.
A urgência de debater o assunto é ilustrada por dados do Sistema Único de Saúde (SUS), que mostram que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos, com muitos casos subnotificados. Lucimara Faria, técnica do Serviço de Prevenção de Violências da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), destacou a necessidade de melhorar o atendimento e monitoramento dessas pessoas.
Durante o encontro, foram levantadas questões importantes para aperfeiçoar o atendimento em saúde mental na Sesau, que necessita de uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos. Segundo o Sistema de Regulação (SISREG) da prefeitura, cerca de 4 mil pessoas ainda esperam por atendimento terapêutico, mesmo com o sistema de “porta aberta” nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
A audiência foi uma iniciativa da vereadora Luiza Ribeiro e contou com o apoio do deputado federal Geraldo Resende, membro titular da Frente Parlamentar Mista para a Promoção da Câmara dos Deputados.
Um grupo de mães de crianças com deficiência também participou do evento, protestando pela falta de fornecimento regular de fórmulas, leites especiais, fraldas e outros insumos essenciais para seus filhos. Elas relataram que estão há mais de dois anos sem receber esses itens, o que afeta significativamente sua saúde mental.
O vereador André Luis respondeu às mães, destacando a importância de trazerem suas demandas à Câmara para que os parlamentares possam buscar soluções junto ao Executivo. “É importante que vocês venham até aqui e tragam suas demandas. Vamos ver cada um desses casos. Como vereadores, ficamos constrangidos porque não participamos e não compactuamos com isso”, afirmou.
Assessoria de imprensa