Assassino confesso de mulher e filha bebê denuncia agressão policial direto ao juiz

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, preso em flagrante na última terça-feira (27) por suspeita de matar a companheira e a filha bebê do casal, declarou à Justiça que foi agredido por policiais civis no momento da prisão. A audiência de custódia ocorreu na quinta-feira (29), em Campo Grande.

Durante o depoimento, na presença do juiz Valter Tadeu Carvalho, João afirmou ter sido vítima de agressões físicas e uso de spray de pimenta. “Declarou ter sido vítima de tortura ou maus-tratos na prisão em flagrante, consistente em tapas, socos e spray de pimenta; que não sabe identificar o nome do agressor; que o agressor pertence à Polícia Civil”, consta no registro da audiência.

Apesar da denúncia, o magistrado decidiu manter a prisão preventiva do acusado. Não houve relaxamento da prisão com base nas alegações de violência policial. No entanto, o juiz determinou que o Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GACEP), ligado ao Ministério Público Estadual, e a Corregedoria da Polícia Civil sejam notificados para apurar as acusações.

A Justiça também solicitou à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen-MS) que avalie a alocação adequada do preso para garantir sua integridade física, devido à gravidade do crime cometido.

CONFISSÃO – João Augusto é acusado de duplo feminicídio qualificado. As vítimas são Vanessa Eugênio Medeiros, de 23 anos, sua companheira, e a filha do casal, Sophie Eugenia Borges, de apenas 10 meses. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio do Grupo de Operações e Investigações (GOI) e da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Segundo a Polícia Civil, o acusado confessou os assassinatos. Ele alegou que sofria dificuldades financeiras e enfrentava conflitos com a companheira, que teria manifestado a intenção de terminar o relacionamento. João disse ainda que não aceitava a separação e não queria pagar pensão alimentícia.

De acordo com o depoimento prestado à polícia, ele aplicou um golpe conhecido como “mata-leão” na esposa e, em seguida, esganou a filha até a morte. Após os crimes, foi trabalhar normalmente. No fim do expediente, comprou gasolina, voltou para casa, embrulhou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas e seguiu para a região do Indubrasil, onde ateou fogo nos corpos.

Os restos mortais foram encontrados carbonizados na noite de segunda-feira (26), na Rua Desembargador Ernesto Borges, no Núcleo Industrial. A identificação do suspeito foi possível graças a imagens de câmeras de segurança que mostraram o carro dele nas proximidades do local do crime.

João foi preso ao comparecer à delegacia para registrar o desaparecimento da esposa e da filha. Ele já havia ido ao local anteriormente para buscar informações. No retorno, ao tentar formalizar o boletim de ocorrência, foi detido na 6ª Delegacia de Polícia.


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