Arrependido do que fez, o adolescente que completou 15 anos nesta terça-feira, dia 9 de maio, disse em depoimento que queria pedir desculpas a comerciante, de 55 anos, que estuprou há quase um mês no bairro Nova Lima. Apesar dessa demonstração, a vítima disse não querer encontrar com o autor.
Durante coletiva na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada-adjunta Maíra Machado, explicou que localizou o menor após uma denúncia anônima. “Fomos até a escola, na escola nós tivemos outras informações, e depois fomos até a residência com o pai dele, e aí sim foi identificado”, comentou a delegada.
As equipes policiais contaram com o apoio da imprensa de Campo Grande para divulgar um cartaz que ‘mostrava’ o menor. Para a polícia, o pai dele disse ter visto a foto e até mesmo indagado o filho sobre a semelhança, mas à época o menino negou.
“Foi uma surpresa pro pai saber que o filho era o adolescente em conflito com a lei. No dia em que o cartaz foi divulgado, o pai mandou pra ele via WhatsApp questionando a semelhança: ‘Olha tá muito parecido com você, não é você? Não foi você que fez isso não ne?’, mas como recebeu uma negativa do filho acabou acreditando. Apesar disso, o pai do menino colaborou com as equipes quando ficou sabendo que ele seria suspeito”, esclarece a delegada.
Mesmo tendo confessado o crime para a polícia, o adolescente informou não saber a real motivação para ter praticado os delitos [tentativa de assalto e estupro]. O menino contou ainda que achou a faca utilizada na rua e de posse da mesma resolveu entrar na loja.
“Com essa faca, ele teria passado no endereço da vítima e ali ele viu a oportunidade de cometer um roubo. Com isso, ele foi para o outro lado da rua, subiu a camisa escolar até a altura do nariz, amarrando-a com o cadarço do casaco e atravessou a rua anunciando o assalto.”
Por se tratar de menor de idade e completar 15 anos nesta terça-feira (7), ele não foi apreendido pela DEAM. O caso será encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ).
Se ‘condenado’, ele pode ser internado por até 3 anos pelos crimes que cometeu.
Histórico de agressividade – Sem passagens pela polícia, o adolescente colecionava um histórico de violência na escola desde cedo. O que pode ser explicado por conta de alguns diagnósticos apresentados pelo pai de distúrbios mentais.
“Ele frequenta psiquiatra, faz uso de remédio controlado, mas não houve [para a delegacia] a apresentação de quais transtornos ele teria”, explica Maíra.
Relembre o caso – Uma comerciante de 55 anos foi estuprada durante uma tentativa de assalto na loja em que é dona, na tarde do dia 18 de abril, no bairro Nova Lima, em Campo Grande.
Segundo o boletim de ocorrência, o homem teria chego ao local e até mesmo pegou algumas mercadorias antes de cometer o crime.
Em um determinado momento mandou a comerciante entrar no banheiro do estabelecimento, amarrou a vítima e a estuprou, fugindo logo em seguida sem levar nenhuma mercadoria.
Algum tempo após o crime, a mulher conseguiu se soltar e pediu ajudar em um local próximo.
No início do mês a polícia divulgou imagens do criminoso, e por meio delas, recebeu denúncia que levou até o menor.