
Reclamações sobre o atendimento e suposta falta de acolhimento à mulher tomam as redes sociais
Após a divulgação do áudio da jornalista Vanessa Ricarte, que foi assassinada com três facadas pelo ex-noivo, Caio Nascimento, diversas vítimas de violência doméstica começaram a relatar nas redes sociais sobre o atendimento precário na Casa da Mulher Brasileira, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande.
Muitas mulheres se sentiram desrespeitadas e humilhadas ao buscar ajuda no local. “É constrangedor realmente, eu me senti uma criminosa, inibida. Ali na recepção o atendimento é bom. Quando vai lá dentro, dá até calafrios. Todos arrogantes, um verdadeiro descaso”, afirmou uma vítima.
Outra mulher relatou: “Uma vez fui registrar um boletim de ocorrência na DEAM, parecia que eu estava contando uma mentira. Me senti com vergonha de estar naquele lugar, onde deveria me sentir segura. Fiquei constrangida com as perguntas que me faziam.”
Outros relatos revelam críticas à falta de ações efetivas. “Essa casa da mulher para mim nunca serviu para nada. Você registra a queixa e daí o que eles fazem por você? Dinheiro investido errado. O áudio diz tudo. Um verdadeiro descaso”, declarou uma mulher.
Há ainda depoimentos de vítimas que, apesar de denunciarem agressões, sentiram que não foram ouvidas. “Já precisei, e realmente, foi um descaso. A policial o tempo todo jogando a culpa da situação para cima de mim, que era a vítima na história, e não no agressor”, disse uma mulher, que ainda foi surpreendida por uma ligação mais de um ano depois, questionando se ela queria continuar o processo ou arquivá-lo.
O sentimento de desconfiança é recorrente entre as vítimas, que relatam ser tratadas como mentirosas pela própria rede de proteção. A identidade das mulheres foi preservada para garantir sua segurança. Até o momento, a Polícia Civil não se manifestou sobre os relatos.
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