Agrotóxicos são encontrados armazenados de forma irregular em residência urbana em Campo Grande

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Imagem ilustrativa (Crédito: Maurenilson Freire/Correio Brasiliense)

Uma denúncia encaminhada à Polícia Militar Ambiental (PMA) levou à identificação de armazenamento irregular de agrotóxicos e fertilizantes em uma residência localizada em área urbana de Campo Grande, na sexta-feira (11). A proprietária do imóvel, que retornou de Itajaí (SC) após encerrar um contrato de locação com o antigo inquilino, acionou as autoridades ao encontrar produtos químicos perigosos na varanda da casa.

De acordo com o relato feito à PMA, ao chegar ao local, a proprietária se deparou com diversos galões de agrotóxicos, tanques de pulverização, bicos de maquinário e um cão da raça pitbull em situação de abandono. O animal apresentava sinais de negligência e marcas de mordidas em alguns recipientes químicos, indicando risco de intoxicação.

Durante a vistoria, foram identificados:

  • 50 galões do fungicida Priori Xtra
  • 03 galões do fungicida Fox Xpro
  • 03 galões de fertilizantes diversos
  • 01 galão do produto Prêmio

Além disso, foram encontrados seis tanques plásticos da marca KUHN e 12 porta-bicos de pulverização com mangueiras, todos armazenados de forma inadequada, expostos diretamente no chão e sem qualquer tipo de contenção, ventilação ou sinalização de risco.

O imóvel, localizado em zona urbana, não possui autorização legal para armazenar produtos perigosos, o que configura grave infração às normas ambientais. A situação representa risco à saúde pública, ao meio ambiente e aos animais. O armazenamento irregular fere o disposto na Lei nº 14.785/2023, que regula o uso e controle de agrotóxicos no Brasil, e a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), que prevê reclusão e multa para o armazenamento de substâncias perigosas em desacordo com as exigências legais.

A proprietária afirmou desconhecer completamente a presença dos produtos no imóvel, que estava alugado para um homem de 45 anos. Segundo ela, o ex-inquilino está fora da cidade e não forneceu informações sobre o destino. Nenhum documento, nota fiscal ou receituário agronômico foi apresentado para comprovar a origem ou legalidade dos produtos.

A IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) orientou que os agrotóxicos, ainda dentro do prazo de validade, permaneçam sob fiel depositário até serem recolhidos por empresa autorizada. Os dados das embalagens foram registrados e encaminhados aos órgãos competentes para investigação.

O caso segue sob apuração e pode gerar responsabilizações criminais e administrativas por crime ambiental e maus-tratos a animais.