Advogada alega que Moraes ignorou sustentação de réu no caso do 8 de janeiro

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou Moacir dos Santos a 17 anos de prisão em regime fechado, na terça-feira 26, por causa do envolvimento dele no 8 de janeiro. A polícia prendeu o autônomo no Palácio do Planalto, onde teria supostamente praticado atos de vandalismo. Outros dez juízes do STF precisam votar.

A defesa do homem queixou-se da velocidade com que o julgamento no plenário virtual ocorreu. Nesse espaço, as sessões não são transmitidas ao público, como em sessões físicas.

A advogada de Santos, Shanisys Virmond, publicou a sustentação oral, em formato de vídeo com duração de pouco mais de 20 minutos, às 23h44, da segunda-feira 25. A decisão de Moraes foi divulgada 0h, portanto, 16 minutos depois da mulher apresentar a defesa do cliente.

Conforme Shanisys, o ministro não assistiu às imagens. Além disso, a sentença de 58 páginas de Moraes desconsiderou os argumentos expostos, segundo a advogada. Shanisys listou tópicos que abordou no conteúdo, mas não rebatidos ou citados na decisão:

  • Incompetência do STF para o julgar o caso;
  • Nulidade por violação à ampla defesa e contraditório;
  • Inconstitucionalidade do instituto do crime multitudinário;
  • Crime impossível;
  • Descriminalização da conduta do acusado com base no art. 359-T;
  • Aplicação do princípio da consunção;
  • Aplicação da causa atenuante do art. 65, iii, e, Código Penal.

Procurado por meio da assessoria do STF, o gabinete de Moraes não respondeu às interpelações de Oeste. O espaço, contudo, segue aberto para o posicionamento do juiz do STF.

OAB se reúne com Moraes

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, e chefes de seccionais da OAB reuniram-se ontem com Moraes.

No encontro, Simonetti reforçou a importância da sustentação oral em plenário. O apelo veio depois de o STF transferir os julgamentos dos réus pelo 8 de janeiro para o ambiente virtual da Corte. Nesse espaço, os advogados têm de pôr um vídeo gravado com a sustentação. Dessa forma, pediram ao juiz do STF para reconsiderar a medida.

(*) As informações são da Revista Oeste

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Jornalista - DRT 0002147/MS