Adriane com consentimento da Câmara dá presente de Natal ao Consórcio Guaicurus e um ‘tapa na cara’ dos cidadãos

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Gildo de Souza - Foto: Pedro Thiago

Enquanto a população de Campo Grande se espreme em ônibus sucateados, lotados e sem ar-condicionado, a prefeita Adriane Lopes (PP) e sua bancada submissa na Câmara Municipal decidiram dar um presente de Natal não aos cidadãos, mas ao Consórcio Guaicurus, a empresa que monopoliza o transporte coletivo da cidade. A aprovação do Projeto de Lei Complementar Executivo nº 947/2024 escancara a prioridade desta gestão, agradar empresários às custas de um povo já esmagado por tarifas altas e serviços vergonhosos.

ISENÇÃO VERGONHOSA E SOFRIMENTO PERMANENTE

A proposta da prefeita concede isenção do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) ao Consórcio Guaicurus durante todo o ano de 2025. Trata-se de mais um subsídio descarado, que retira recursos dos cofres públicos sem exigir nenhuma contrapartida significativa para melhorar o transporte público. Não bastasse o tanto de dinheiro público já injetado nesta empresa, agora ela terá mais um alívio financeiro enquanto a população segue pagando caro por um serviço inaceitável.

É revoltante constatar que a maioria dos vereadores preferiu endossar esse descalabro em vez de defender os interesses de seus eleitores. Foram apenas dois votos contrários: o da vereadora Luiza Ribeiro (PT), que apresentou uma emenda sensata para evitar o aumento da tarifa, e o do professor André Luis (Novo), que apontou a falta de transparência e o descumprimento do Art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal pela gestão da prefeita.

QUEM PAGA O PATO?

Enquanto isso, quem paga a conta é o trabalhador que depende do transporte público para sobreviver. Não há promessas de renovação da frota, implementação de ar-condicionado ou qualquer outra melhoria no horizonte. Pelo contrário, o que se anuncia é a possibilidade de aumento da tarifa, um verdadeiro tapa na cara de quem já suporta o insuportável.

VEREADORES
A maioria dos vereadores escolheu o lado errado da história. Com 24 votos favoráveis, garantiram a aprovação desse “presente de Natal” à custa de um povo que precisa escolher entre pagar caro por um transporte indigno ou caminhar longas distâncias. É inaceitável que esses mesmos vereadores, que deveriam representar os interesses da população, compactuem com um projeto tão prejudicial.

E A POPULAÇÃO?
É hora de a população de Campo Grande abrir os olhos. O transporte público não é um luxo, é um direito. Um direito que está sendo pisoteado por decisões políticas que favorecem empresários em detrimento de quem realmente precisa. O transporte público de Campo Grande não precisa de isenções fiscais para empresários; precisa de investimentos, transparência e, acima de tudo, respeito.