
A taxa de abstenção nas eleições municipais de 2024 em Campo Grande alcançou níveis inéditos, com mais de 180 mil eleitores – cerca de 28% do total – ausentes no segundo turno, realizado no último domingo (27). O fenômeno foi tema de debate na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), onde deputados estaduais manifestaram preocupação com o alto índice de ausências, que eles consideraram um alerta da população aos gestores públicos.
Durante o pequeno expediente, a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) destacou a falta de engajamento de uma parcela expressiva da população. “Foram 184 mil pessoas que não votaram. Precisamos entender por que essas pessoas não quiseram decidir o destino de nossa Campo Grande. Esse número é sugestivo e deve servir de reflexão para nós, políticos”, afirmou a deputada. Mara ainda parabenizou a prefeita eleita Adriane Lopes (PP), ao lado de Rose Modesto (União Brasil), e reforçou a necessidade de atenção ao fenômeno de abstenção.
Outro parlamentar, João Henrique (PL), também comentou o cenário, ressaltando que a soma dos votos em branco, nulos e abstenções ultrapassou 33%. Segundo ele, os resultados mostram uma desconexão entre as candidaturas e a população. “A maior abstenção da história mostra que nenhuma das candidaturas conseguiu engajar uma parcela importante dos eleitores. Esse percentual é um recado claro de que Campo Grande precisa repensar suas políticas públicas”, pontuou.
Dados de abstenção e votos inválidos
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no primeiro turno das eleições, mais de 164 mil eleitores (25,5%) não compareceram às urnas, número que aumentou para 184 mil no segundo turno. Entre votos nulos e brancos, foram contabilizados 33% de eleitores sem escolha efetiva no primeiro turno. No segundo turno, somaram-se aos 184 mil eleitores ausentes, cerca de 19,8 mil votos nulos e 11,7 mil votos em branco.
Em números absolutos, Adriane Lopes recebeu 222 mil votos, contra 210 mil de Rose Modesto, ambos números inferiores ao contingente de ausentes, evidenciando uma significativa divisão entre o eleitorado e as opções apresentadas.
*Assessoria de imprensa