
Durante a oitiva realizada nesta segunda-feira (5), a CPI do Transporte Público da Câmara Municipal de Campo Grande ouviu o diretor-presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), José Mário Antunes da Silva. Ele revelou que uma auditoria recente constatou que cerca de 300 ônibus da frota do Consórcio Guaicurus estão em circulação acima do limite prudencial de uso, o que compromete diretamente a qualidade do serviço prestado à população.
A frota atual do consórcio é de 460 veículos. Destes, apenas 71 possuem até dois anos de fabricação, enquanto 89 têm entre quatro e oito anos. A maior parte, no entanto, opera acima da idade considerada ideal. “A auditoria foi concluída em 30 de abril e indicou que a frota está bastante envelhecida. A notificação para renovação será enviada, e o consórcio poderá ser autuado e multado”, afirmou José Mário.
Outro ponto crítico revelado foi o déficit de fiscalização: a Agereg dispõe de apenas quatro servidores para monitorar todas as concessões públicas do município, incluindo transporte coletivo, água e resíduos sólidos. A prefeitura já iniciou tratativas com o consórcio para renovação da frota, com possibilidade de aquisição de veículos movidos a gás natural até o fim do ano.
A Comissão também questiona a idade-média dos veículos. Enquanto o consórcio informa uma média de 8,4 anos, documentos obtidos pela CPI indicam veículos com até 13 anos em operação. O Termo de Ajustamento de Gestão firmado com o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas determina que essa média não ultrapasse cinco anos.
Até agora, a CPI já recebeu 470 denúncias formais da população sobre a má qualidade do transporte coletivo. A próxima etapa da investigação ocorre na quarta-feira (7), com oitivas de dois auditores da Agetran, a partir das 13h, no Plenarinho da Câmara Municipal.