
Em 2024, mais de 472 mil brasileiros se afastaram temporariamente de seus empregos devido a questões de saúde mental, de acordo com o Ministério da Previdência Social (MPS). O benefício, concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), exige uma perícia médica que comprove a necessidade de afastamento superior a 15 dias.
As condições de trabalho são apontadas como uma das principais causas do aumento desses afastamentos. Jornadas exaustivas, pressão excessiva por resultados, e a constante cobrança sem reconhecimento têm levado a um crescente adoecimento físico e psicológico dos trabalhadores. Além disso, o ritmo acelerado e a falta de espaço para lazer têm provocado crises de identidade e transtornos como ansiedade e depressão.
Em resposta a essa realidade, mudanças importantes nas normas de segurança e saúde no trabalho entrarão em vigor em breve. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que será implementada no próximo mês, exigirá das empresas a gestão dos “riscos psicossociais”, incluindo a identificação e a adoção de medidas para prevenir e reduzir impactos negativos no ambiente de trabalho.
Sandra Gioffi, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), destaca a importância de uma cultura organizacional baseada na confiança, respeito e segurança psicológica. Ela alerta que as empresas devem ir além de ações pontuais, criando ambientes de trabalho onde os colaboradores possam expressar suas dúvidas e emoções sem medo de punição.
O professor Pedro Costa, da Universidade de Brasília (UnB), alerta que a precarização do trabalho é um fator central no aumento dos problemas de saúde mental. Ele defende que, para melhorar as condições de trabalho, as empresas devem adotar medidas como redução de jornada, valorização de vínculos formais e melhores salários.
(*) Com informações do Tribunal Superior do Trabalho

