
Em Mato Grosso do Sul, todos os aposentados e pensionistas ouvidos pela Controladoria-Geral da União (CGU) afirmaram que não autorizaram os descontos de mensalidades associativas aplicados diretamente em seus benefícios do INSS. A descoberta integra uma auditoria nacional que revelou um esquema criminoso de grande porte dentro da estrutura do Instituto Nacional do Seguro Social.
O estado foi um dos alvos da operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal com apoio da CGU, após a constatação de irregularidades em massa. Segundo as investigações, mais de R$ 6,3 bilhões foram desviados em todo o país por meio de descontos indevidos e não autorizados.
A ação mobilizou 700 policiais federais e 80 servidores da CGU, que cumpriram mandados no Distrito Federal e em outros 13 estados. Seis servidores públicos foram afastados durante as diligências – inclusive o Alessandro Antônio Stefanutto – que exercia a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em MS, aposentados relataram que nunca autorizaram filiação a entidades e, em muitos casos, não reconheciam sequer as assinaturas nos documentos apresentados. A CGU também identificou situações em que os beneficiários eram pessoas com deficiência, doentes graves, indígenas que não sabem ler ou escrever e até moradores do exterior — todos impossibilitados de assinar ou autorizar qualquer tipo de desconto.
O escândalo abalou o governo Lula (PT) e provocou reações em cadeia dentro da administração federal. Como resposta imediata, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo especial com oito advogados públicos para buscar o ressarcimento dos valores desviados e a responsabilização dos envolvidos.
📄 Acesse o Relatório de Auditoria nº 1675291 – INSS da CGU.
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