
O homem que matou a companheira a facadas na última quinta-feira (17), em Sidrolândia (MS), acumulava diversas passagens pela polícia e um histórico recorrente de violência doméstica. Ele morreu após confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar na noite de sexta-feira (18), nas proximidades da cidade.
Segundo informações repassadas à imprensa durante coletiva realizada neste sábado (19), o autor do feminicídio já havia sido preso quatro vezes, nos últimos quatro anos, por agredir a mesma vítima. Em um dos episódios mais recentes, chegou a ser detido poucos dias antes do crime, mas foi liberado e reatou o relacionamento com a mulher.
Além das ocorrências por violência doméstica, o autor tinha passagens por furto, roubo e respondia a um processo por homicídio. Também já havia cumprido pena no estado de São Paulo, sendo considerado um criminoso de alta periculosidade.
De acordo com o comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, a operação que levou ao confronto foi deflagrada após a polícia receber informações sobre o paradeiro do suspeito. Ele estaria tentando se esconder e buscava abrigo, alimentação e meios para continuar a fuga. Ao ser localizado em uma área de mata, o homem teria tentado ferir um policial com uma faca. Diante da ameaça, os agentes reagiram e efetuaram um disparo, atingindo-o no tórax.
O suspeito foi socorrido com vida para uma Unidade de Pronto Atendimento em Sidrolândia, mas não resistiu após ser transferido para o Hospital Regional de Campo Grande.
Ciclo de violência
Segundo a polícia, o relacionamento entre o autor e a vítima era marcado por agressões e reaproximações. Dias antes do feminicídio, mesmo após nova prisão por violência doméstica, os dois haviam reatado. No dia do crime, o casal participava de uma confraternização com amigos, quando o agressor passou a demonstrar comportamento violento. Os convidados deixaram o local, e ele ficou sozinho com a vítima.
Após a agressão com faca, a mulher ainda tentou buscar ajuda com uma amiga. Posteriormente, o autor a procurou nessa residência, onde discutiu com o filho da dona da casa, causando ferimentos leves no rapaz antes de fugir para uma área de mata.
O histórico de violência contra a mesma mulher vinha desde 2022, com registros também em 2023, 2024 e 2025. O caso evidencia o ciclo de violência ao qual a vítima esteve exposta por anos, até ter sua vida interrompida de forma trágica.
A Polícia Civil segue com as investigações do caso. Com a morte da vítima, Mato Grosso do Sul registra o oitavo feminicídio confirmado em 2025