
A juíza Ana Paola Emanuelly Balsanelli, da 4ª Vara do Trabalho de Campo Grande, determinou o afastamento imediato dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Mato Grosso do Sul (SINTTEL-MS), após indícios de desvio de recursos. A decisão foi tomada a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT-MS).
Os dirigentes João Batista da Silva, Rafael Gonzales, Adão Farias Alves e Jefferson Borges Silveira (presidente), tiveram seus bens bloqueados. A empresa Arena Garden, vinculada a João Batista da Silva, também teve ativos bloqueados.
De acordo com o MPT-MS, 70% dos R$ 6 milhões destinados a trabalhadores substituídos não foram repassados corretamente ou sofreram deduções injustificadas. O restante, que deveria ser usado para fortalecer o sindicato, foi desviado para os próprios dirigentes e a empresa Arena Garden.
A juíza também destacou o abuso de poder dentro do sindicato, onde o grupo dirigente se mantém no comando há mais de 20 anos, o que gerou práticas antidemocráticas. O sindicato está com cadastro inativo no Ministério do Trabalho, tornando sua representação ilegítima.
Uma Junta Governativa Provisória será formada para convocar novas eleições no prazo de 120 dias. A inelegibilidade dos dirigentes afastados foi declarada.
O SINTTEL-MS, criado para defender os trabalhadores do setor de telecomunicações, agora enfrenta uma crise interna que coloca em dúvida sua capacidade de representação. O processo segue em andamento.
A reportagem entrou em contato com Jefferson Borges Silveira, presidente afastado do SINTTEL/MS, para que ele se pronunciasse sobre o caso. O presidente informou que dará uma resposta oficial amanhã. O espaço continua aberto.