
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul participou, nesta terça-feira (15), da Operação Adolescência Segura, realizada em MS e em outros seis estados. A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes.
Coordenada nacionalmente pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, a operação foi executada com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do CIBERLAB – Laboratório de Operações Cibernéticas.
Em Mato Grosso do Sul, o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão. As medidas tiveram suporte técnico do Núcleo de Computação Forense do Instituto de Criminalística, responsável pela coleta e início da análise de provas digitais.
A organização investigada atuava na internet com práticas de aliciamento, automutilação, incitação à violência e extremismo, envolvendo adolescentes. A operação foi deflagrada simultaneamente nos sete estados como parte de um esforço nacional para enfrentar esse tipo de crime.
O Diretor da DIOPI/SENASP/MJSP, Dr. Rodney da Silva, destacou a importância da operação: “Esta operação é fruto de um trabalho integrado. Atuamos de forma cirúrgica para desarticular uma rede que cooptava jovens para práticas criminosas no ambiente virtual. Nosso objetivo principal é proteger adolescentes e a sociedade de ações que se iniciam no mundo digital, mas que geram graves reflexos no mundo real”, reforçou.
Ao todo, foram cumpridos cerca de 20 mandados de busca e apreensão, com o registro de duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de adolescentes, em ações realizadas nos estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Segundo as investigações, o grupo atuava em plataformas criptografadas como Discord e Telegram, além de redes sociais, para atrair jovens vulneráveis e incentivá-los à prática de automutilação, maus-tratos a animais, propagação de discursos de ódio e sugestões de atos violentos.
Os participantes mais ativos recebiam recompensas simbólicas como estímulo às condutas ilícitas. Os investigados poderão responder por associação criminosa, indução ou instigação à automutilação, maus-tratos a animais e outros crimes, cujas penas somadas ultrapassam 10 anos de prisão.