Dona de casa relata demora e descaso em atendimento no UPA Coronel Antonino: “É revoltante pagar impostos e não ter qualidade na saúde”

Compartilhe:
Plaquinha no balcão de atendimento do posto

Uma dona de casa de 27 anos compartilhou sua indignação em uma entrevista sobre a falta de atendimento e o descaso que ela e outras mães enfrentam no UPA Coronel Antonino, localizado na Capital. Ela relatou que chegou ao local com seu filho doente por volta das 7h30, mas, apesar de ser atendida relativamente rápido, ficou chocada com a demora e a falta de condições em outras situações que presenciou durante sua estadia.

“Eu não estou falando por mim, estou falando por outras mães que estão aqui. Tem mãe aqui desde a noite passada, sentada esperando para que seu filho receba a medicação. Elas não têm nem onde sentar, estão ali, ao lado dos leitos, esperando por uma vaga. E até agora nada”, desabafou.

A dona de casa, que preferiu não se identificar, contou que uma das mães chegou à unidade à 1h da manhã e, até o momento da entrevista, ainda não tinha sido atendida adequadamente. Em outro episódio, ela relatou que uma mãe, sem opção, pediu para sair da unidade e procurar outro lugar para realizar a medicação do filho. Ao fazer a solicitação, a enfermeira teria respondido que, se a mãe saísse, o Conselho Tutelar seria acionado, um comportamento que a dona de casa considerou “total negligência”.

“É revoltante o que estão fazendo com as mães e crianças. Eu vi uma moça chegando aqui vomitando sangue e, enquanto ela estava caindo de dor, os profissionais falavam que iam ‘verificar’ a situação, mas não faziam nada. É como se a dor das pessoas aqui não importasse. Eu filmei e tudo. Parece que não há urgência para eles”, desabafou, visivelmente emocionada.

A moradora questionou a qualidade do atendimento e criticou a estrutura do posto de saúde, alegando que a falta de leitos e a sobrecarga de pacientes refletem uma falha grave no serviço público de saúde. “Eu fico indignada. Estamos pagando um punhado de impostos e não conseguimos nem mesmo um atendimento digno para nossos filhos. Precisamos de uma saúde pública de qualidade”, finalizou a dona de casa.

O relato revela uma situação que, segundo ela, é comum em muitas unidades de saúde da cidade, onde as filas são longas e as condições de atendimento nem sempre são adequadas. A reclamação levanta questões sobre a qualidade do serviço público de saúde e a sobrecarga nas UPAs, que atendem uma demanda crescente de pacientes.