
Um morador de Colorado do Oeste (RO) está sendo tratado como foragido da Justiça de Mato Grosso do Sul, por causa de um possível erro de identificação ocorrido em 2018. O nome dele segue vinculado a um processo de roubo em Campo Grande. A identidade do cidadão não foi divulgada a pedido da defesa.
O caso começou após um roubo em junho de 2018, quando uma motocicleta foi levada sob ameaça com arma de fogo. Um homem foi preso em flagrante com parte dos produtos do crime, mas não apresentou nenhum documento. Ele apenas disse um nome e o nome da mãe, sem mostrar provas de identidade.
Dias depois, ao prestar novo depoimento, o suspeito informou um número de CPF que, mais tarde, foi identificado como pertencente ao morador de Rondônia. Apesar da inconsistência, o processo continuou. O suspeito foi solto no dia 27 de junho de 2018 e não foi mais encontrado. Em novembro do mesmo ano, a Justiça de MS decretou a prisão preventiva — que passou a recair sobre o cidadão de Rondônia, sem relação com o crime.
A falha foi descoberta recentemente, quando o verdadeiro dono do CPF foi preso em Rondônia, por causa do mandado de prisão. Na delegacia, ele disse que nunca esteve em Mato Grosso do Sul. Um confronto fotográfico mostrou que ele não é o mesmo homem preso em 2018. Após confirmação da identidade, ele foi liberado.
A defesa, representada pelo advogado Cristian Queiroz de Souza, afirma que há provas de que os dados do cliente foram usados por outra pessoa. O advogado entrou com pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de MS para cancelar o mandado de prisão. O pedido liminar foi negado nesta segunda-feira (7) pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, que alegou precisar de mais informações antes de tomar uma decisão definitiva.
Segundo o advogado, a vítima do roubo confirmou que o cliente dele não é a pessoa que cometeu o crime. Além disso, há relatório policial recente indicando que os dois homens são diferentes, além de assinaturas e grafias distintas.
A defesa informou que vai recorrer e tenta anular o mandado com base nas provas já apresentadas. “…As provas são extremamente concretas a favor do meu cliente e, por este motivo, procurarei as vias recursais adequadas para tentar reformar a decisão.”
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e a Polícia Civil para comentar o caso, mas até o fechamento deste texto, não houve resposta. O material será atualizado assim que houver manifestação oficial.