Ônibus ruim, caro e lotado: Câmara barra investigação sobre transporte público

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Ônibus do transporte coletivo em Campo Grande (Foto: Vinícius Santos)

A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público em Campo Grande, enfrenta resistência na Câmara Municipal. Dos cinco vereadores que compõem a Comissão de Transporte e Trânsito, apenas a vereadora Ana Portela (PL) assinou o requerimento para a instauração da CPI.

Apesar de inúmeras reclamações sobre o serviço prestado, como ônibus lotados, frota envelhecida, veículos quebrados e tarifas elevadas, a maioria dos integrantes da comissão não demonstrou apoio à investigação. O Consórcio Guaicurus já recebeu R$ 35 milhões em subsídios, mas segue sem cumprir diversas cláusulas do contrato de concessão.

A CPI também não tem o apoio do presidente da comissão, Dr. Lívio (União Brasil), do vice-presidente, Silvio Pitu (PSDB), de Herculano Borges (Republicanos) e do líder da prefeita na Casa, Beto Avelar (PP).

Quarta tentativa de investigação

Essa já é a quarta tentativa de abrir uma CPI para investigar o consórcio. A última tentativa foi barrada por um parecer jurídico do procurador-geral da Câmara, Luiz Gustavo Martins Araújo Lazzari, que tem ligações profissionais com o advogado do consórcio, o desembargador aposentado Claudionor Miguel Abss Duarte.

Mesmo reconhecendo que o serviço prestado pelo consórcio é ruim, Dr. Lívio declarou que uma CPI deveria investigar não só o consórcio, mas também a Prefeitura, que tem responsabilidades na fiscalização e manutenção dos terminais de ônibus.

Enquanto isso, a população continua enfrentando um transporte público precário e caro, sem previsão de mudanças concretas por parte do poder público.

*As informações são do site O Jacaré